Foto Viktor Braga/ UFC Informa |
Depois de 10 anos desde o início das pesquisas sobre o uso da pele de tilápia liofilizada para tratamento de queimaduras, a técnica inovadora poderá ser mais amplamente utilizada pela população no tratamento de lesões em humanos e animais.
Neste mês de janeiro, a Universidade Federal do Ceará (UFC) lançou um edital voltado para empresas interessadas em produzir curativos com esse biomaterial.
Por meio da Coordenadoria de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (CPITT) e do Edital nº 01/2025, a Universidade busca selecionar a proposta mais vantajosa para conceder licença exclusiva para uso, desenvolvimento, produção e comercialização do curativo de pele de tilápia. Ainda não há informações sobre o preço final que o produto deve ter.
Uma solução inovadora criada a partir do peixe mais consumido no Brasil — a tilápia-do-nilo — e com destaque mundial inclusive fora do meio científico, o material já foi utilizado no tratamento de úlceras, em cirurgias de reconstrução vaginal, na redesignação sexual e na veterinária.
As pesquisas deram origem a métodos cirúrgicos que reduzem a morbidade pós-operatória, os custos das cirurgias e a necessidade de autoenxertos — como são chamados os procedimentos em que um tecido ou órgão do próprio paciente é transferido para outra parte do corpo.
O produto melhora a qualidade de vida de pacientes e reduz o limiar de dor, o número de trocas de curativos e o risco de infecções. Além disso, a aplicação da técnica diminui a permanência hospitalar, o gasto de insumos médicos e a carga de trabalho da equipe médica durante o tratamento de queimaduras e feridas.
Para participar da seleção, as empresas interessadas devem enviar as propostas até o dia 14 de fevereiro. O procedimento terá duas fases — uma de habilitação e outra de análise e qualificação — e o resultado parcial da Fase I será divulgado até 7 de março. O resultado final da Fase II está previsto para o dia 25 de abril. Veja o edital na íntegra.
Com informações do Diário do Nordeste.