As chuvas que voltaram a banhar o Ceará com mais regularidade no fim de março alimentam a esperança dos cearenses para o mês de abril. O cenário está favorável para precipitações na primeira semana, segundo o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz. “Para o início do mês, há boas chances de chuvas com regularidade, ora atingindo uma região do Estado, ora atingindo outra, beneficiando as várias macrorregiões”, afirma. A informação é do O Povo.
Segundo ele, há condições que favorecem maior volume de chuvas no próximo mês. Além da atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), há a influência de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), fenômeno definido como a circulação de ventos na alta atmosfera, que forma nuvens de chuva. Outro aspecto que contribui é a La Niña, caracterizada pelo esfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial. “É importante ressaltar que a La Niña está atuando agora em março e que a gente espera que atue também em abril, para ajudar a trazer chuvas para o Ceará”, ressalta Fritz.
Nos últimos dias de março, a tendência é de que as chuvas continuem. Para esta sexta-feira, a Funceme prevê céu nublado com precipitações no Maciço de Baturité, na serra da Ibiapaba e no centro-sul do estado. No sábado, há previsão de chuva, mas em volumes menores. Alerta enviado pela Defesa Civil indica que as precipitações devem ser intensas neste feriadão, com destaque “para as regiões Centro, Norte e Litoral”, conforme comunicado.
Entre as 7 horas da manhã de quarta e as 7 horas de ontem, o balanço da
Funceme apontou fortes chuvas em 102 municípios cearenses. Os maiores registros foram em Ipu com 121 milímetros (mm), Hidrolândia com 120 mm e Reriutaba com 98 mm. Nesse intervalo, as regiões mais beneficiadas com as precipitações foram a Jaguaribana e a Serra da Ibiapaba.
No entanto, o índice pluviométrico registrado em março é o menor dos últimos cinco anos. A redução de chuvas foi causada por fatores como o afastamento da ZCIT do estado e o aumento da pressão atmosférica, dificultando a subida do ar úmido para formação de nuvens de chuva.
A média do acumulado de precipitações até ontem é de 77,3 mm, 62% abaixo da média histórica do mês que é de 203,4 mm. Fevereiro foi o mês mais chuvoso deste ano, com média de 183,9 mm, 55% acima do esperado. Em janeiro, a média foi de 63,6 mm, 35,7% abaixo do registro histórico.
QUADRA
CHUVAS E AÇUDES
ONDE MAIS CHOVEU (entre 7h de quarta e 7h de ontem) 1. Ipu: 121 mm 2. Hidrolândia: 120 mm 3. Reriutaba: 98 mm 4. Pires Ferreira: 92mm 5. Icapuí: 82.4 mm 6. Itaiçaba: 77 mm 7. Graça: 75 mm 8. Guaraciaba do Norte: 72 mm 9. Ibiapina: 70 mm 10. Beberibe: 63 mm AÇUDES CHEIOS
Segundo dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), nove açudes estão sangrando. AÇUDES SECOS
A Cogerh ainda contabiliza 111 açudes no Estado com volume inferior a 30%. O maior deles, o Castanhão (6.700hm³), no município de Alto Santo, está com 3,81% da capacidade.
O açude de Araras, na cidade de Varjota, conta com 8% dos 859hm³ preenchidos.