sábado, 5 de julho de 2025

Agro do Ceará quer implantar um frigorífico industrial

Foto Nelson Almeida / AFP
Empresários cearenses ligados à atividade pecuária voltaram a falar sobre a necessidade de implantação de um frigorífico industrial no Ceará para o abate e comercialização de carne de bovinos, ovinos e caprinos. 

Dois grandes empresários, um dos quais é agroindustrial, estão incentivando seus colegas do agro a que se engajem nessa ideia. Ambos viajarão, no próximo mês de agosto, até um estado do Norte do país, onde conhecerão uma fazenda de engorda de bois, com 12 mil cabeças de várias raças premiadas. 

Pelo que apurou esta coluna, a ideia do frigorífico começa a mexer a cabeça de criadores cearenses, que veem o empreendimento como essencial para a pecuária de corte do Ceará. Hoje, os cearenses comem duas espécies de carne bovina: ou a procedente das “moitas” (abatedouros clandestinos, que existem no interior do estado e que funcionam sem a mínima condição sanitária, distante da fiscalização da Adagri, que se ressente de um quadro maior de fiscais) ou a muito boa, mas caríssima, carne que vem do Sul e do Centro Oeste, onde se localizam os gigantescos e modernos frigoríficos de marcas mundialmente famosas.

Carne cearense de alta qualidade não existe, só a de frango – abatido pelas melhores granjas locais – e de suíno, cujos criadores também instalaram seus abatedouros, que são fiscalizados pelos agentes da saúde animal.

O rebanho bovino do Ceará, estimado entre 2,5 e 2,8 milhões de cabeças, é constituído, em sua maioria, de gado leiteiro. O rebanho de corte é, ainda, muito pequeno para sonhos industriais e carece de boa genética, segundo comenta o agropecuarista Luiz Girão, na opinião de quem é viável o projeto de construção de um frigorífico aqui, desde que seja garantida a oferta de boi que atenda à demanda, Por sua vez, Décio Júnior -- maior fabricante brasileiro de óleo e de farelo de algodão - tomou a iniciativa de assegurar aos interessados o fornecimento de seus produtos aos rebanhos cearenses (ele tem fábricas aqui, na Bahia e em Mato Grosso, onde está a maior delas).

Com informações do Diário do Nordeste.