sábado, 3 de setembro de 2022

Incêndio florestal atinge mata nativa e pastagem no distrito de Gadelha, em Iguatu

O agricultor Hilderlângio Pereira de Lima mora do Residencial Dom Mauro Ramalho, no distrito de Gadelha, distante cerca de 13km do centro de Iguatu. Ele perdeu a produção de milho e jerimum, depois que o incêndio atingiu parte da vegetação nativa e áreas de pastagem na localidade, na última quarta-feira, 30.

“ O fogo começou por volta das 8h perto dos primeiros blocos de apartamentos. O vento fez com que o fogo se arrastasse para todo lado. Não demorou e correu aqui por trás, destruiu tudo. Perdi minha roça de milho e jerimum”, lamentou.

Mesmo com a ação direta de equipes do Corpo de Bombeiros, a vegetação densa e seca e os fortes ventos dificultaram o trabalho de combate ao fogo. Aves, insetos e até mesmo uma cobra fugiram do fogo que se alastrou por uma grande área. “Ninguém sabe quem colocou. Só o prejuízo que vem depois. 

Mas, é assim mesmo. Todo ano é desse jeito. E ninguém dá jeito. A gente fica com as perdas, mas é assim mesmo”, protestou o agricultor Valderez Coelho, que também perdeu roça de milho, feijão e fava. A produção seria para consumo próprio.

Nessa época, o trabalho de combate aos focos de incêndios é intenso. Foram mais de 10 horas de ação. O fogo foi controlado nas primeiras horas da noite. “Nesse período temos condições climáticas favoráveis ao incêndio florestal. Mas, o grande culpado é a ação humana. É aquela pessoa que vai fazer a limpeza de um terreno, do sítio, do quintal. 

Ao invés de dar destino correto para o lixo, acaba colocando fogo, queimando o lixo. Facilmente a ação se propaga. Um foco pequeno pode provocar um incêndio maior, porque no entorno das cidades principalmente no interior, há muita vegetação. Choveu bem, a vegetação está muito densa. Um fator preocupante. 

A folhagem seca é um material de fácil combustão”, explicou o tenente-coronel Mendes Júnior, comandante do 4º Batalhão da 1ª Companhia dos Bombeiros de Iguatu, ressaltando que em média são recebidas entre 8 a 9 nove ocorrências por dia, muitas vezes no mesmo horário, em cidades diferentes. “Nesse mesmo dia, tivemos ocorrência de incêndio florestal em Iguatu, Icó e Acopiara. 

Às vezes é uma falta de informação só, digo isso em relação àquele agricultor que tem a tradição de limpar o terreno ateando fogo. Eu não gosto de culpar essas pessoas. Mas, há outras técnicas de fazer a limpeza dos terrenos, sem ser com fogo. A gente precisa levar conhecimento para essas pessoas”, afirmou o comandante.

Com informações do Jornal A Praça.