sábado, 3 de setembro de 2022

Pastel da Rural mantém tradição e atrai consumidores, em Iguatu

A maior movimentação na feira livre de Iguatu é no sábado, quando aumenta o fluxo de pessoas vindas da zona rural, dos bairros e até mesmo de outras cidades. Há pelo menos 42 anos, um dos pontos tradicionais bastante visitado no centro é a Rural do Pastel. Quando nem se falava em “Food Truck”, a visão empreendedora e o gosto pela gastronomia fizeram com que Raimundo Araújo, “seu Parente”, montasse um negócio usando o carro da família. A antiga Rural de 1974 passa por uma transformação quando estacionada. 

O bagageiro do veículo é transformando numa cozinha. No espaço, o botijão de gás preso à carroceria aquece o fogão com tacho de óleo, onde são fritados os famosos pasteizinhos de queijo. A receita é mantida em segredo. Mas, quem come, comprova que o sabor é o mesmo. “É muito gostoso. Faz décadas que é da mesma qualidade. Excelente! Aprovado! Sempre que venho à feira, passo pela Rural do Parente. Além de gostoso, é um alimento barato. Só um R$ 1,00”, comentou o cliente Ermano Ferino.

E são muitas histórias de frequentadores da Rural do pastel, velha conhecida na feira, que fica estacionada em frente ao Mercado Municipal. “Eu acredito que muita gente já comeu o pastel da Rural. Quem nunca comeu esse pastel? Eu tenho 47 anos, desses mais de 40 comendo o pastel da Rural. 

O escritório do meu pai era no centro. Eu já descia aqui para o mercado para comer pastel. Essa tradição vem passando de pai para filho. Simples, saboroso, com a mesma forma, mesmo sabor”, comentou o contabilista Roberto Vinícius, frequentador assíduo do polo gastronômico do Mercado Central. “Aqui desde cedo todo tipo de comida que você procura, você encontra. E esse pastel da Rural é um dos mais tradicionais. Fora isso tem Vânia, que sempre está aqui atendendo a gente”, afirmou.

Rotina

O atendimento começa cedo, mas por volta das 5h, já tem gente esperando o pastel ficar pronto. São 42 anos em frente ao Mercado Central, no centro de Iguatu, que o pastelzinho é preferência para muitos trabalhadores e transeuntes da feira livre da cidade. “Quem iniciou foram meus pais Seu Raimundo e dona Brígida. Eles passaram muitos anos aqui. Quando eles começaram, a gente ainda era criança. 

Com o passar do tempo, a gente foi aprendendo a preparar a massa, a vir para feira vender. Com o decorrer da idade, eles não vieram mais. Mas, a vontade dele era estar aqui. Aqui eles fizeram muitos amigos. Tinha gente que vinha para cá só para conversar com meu pai. 

Ele sempre foi um homem respeitado e respeitou todo mundo. Assim, ele ensinou e educou a gente. É um motivo de orgulho, para todos nós, seus sete filhos”, ressaltou Vânia Ferreira, uma das filhas que deu continuidade à venda de pastel. Isso porque além dessa Rural que há 42 anos vende pastel na feira, há outra rural da família, que circula em alguns pontos da cidade com a venda do famoso pastel de queijo.

Receita

Já os ingredientes do pastel são um segredo de família. “A gente não pode contar. Mas, leva massa de trigo, recheio de queijo”, contou Vânia, ressaltando ainda que o preparo leva uma tarde inteira. “Começo a preparar uma hora da tarde, às vezes vou até as 5h, 5h30, quando a massa vai ‘descansar’ para que no outro dia esteja no ponto para ir ao fogo”.

Em média a produção varia de 400 a 500 pastéis por dia, durante a semana. Já no sábado, a produção dobra, chegando até mil pastéis. “Depende muito da semana. Mas é essa média de produção”, contou. O pastel é vendido a R$ 1,00 “A gente fica até 11h. Às vezes a gente sai antes, quando termina tudo cedo, a gente encerra as atividades, vai para casa para fazer o preparo da massa”, acrescentou, mostrando-se orgulhosa pelo que aprendeu com os pais. “Foi desse trabalho que ele formou, sustentou nossa a família. 

A venda desse pastel ajudou nosso pai a cuidar da nossa família. Ele criou a gente através desses pastéis. Acabou se tornando uma tradição. Além disso, o jeito dele tratar as pessoas, chamava todo mundo de parente. Isso acabou pegando. Pessoal conhece ele por Parente”, acrescentou Vânia.

Como forma de homenagear a trajetória do pai, que sempre teve gosto pela gastronomia, a empresária Gracileide Ferreira, filha do casal Brígida e Raimundo, abriu um restaurante na cidade homenageando ‘Seu Parente’.

Com informações da Agência Brasil.