sábado, 20 de junho de 2020

Quase 380 mil fortalezenses já estão imunes ao novo coronavírus

Foto Helene Santos
O primeiro levantamento específico sobre a real abrangência da Covid-19 na cidade de Fortaleza apontou que 379.047 pessoas apresentam anticorpos para combater o novo coronavírus, ou seja, em outras palavras, já contraíram a doença e estão imunes. O número representa 14,2% da população da Capital e é uma estimativa segundo dados preliminares da primeira fase do inquérito de soroprevalência.

Divulgada nessa última sexta-feira (19), a pesquisa foi promovida pelo Governo do Estado e pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e realizada pela Prefeitura de Fortaleza e pelo Instituto Opnus. A 1ª das três fases do estudo ocorreu entre 2 e 15 de junho na Capital e aplicou questionários em 3.300 habitantes de 39 bairros nas seis regionais.

Cada participante da pesquisa foi sorteado entre os membros de sua família no momento da análise; com eles, também foram realizados testes rápidos para detecção da Covid-19. Contudo, o próprio estudo avalia que há "limitações" por causa da aplicação desse tipo de exame, uma vez que ele detecta a presença do vírus em um intervalo de tempo específico.

Conforme nota técnica da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), publicada no dia 13 de junho, "para ter maior sensibilidade na detecção dos anticorpos, é indicado que o exame seja realizado após o 8º dia contado a partir do início dos sintomas".

Para o secretário da Saúde do Ceará, Carlos Roberto Martins, o Dr. Cabeto, o dado de 14,2% é considerado alto quando comparado a outras cidades do mundo. Wuhan, epicentro da pandemia na China, registrou 10% em estudo similar; em Nova York, foi quase 20%. "Se isso for confirmado mais na frente, significa que um maior percentual dela estaria protegida de novos surtos, pelo menos no curto prazo. Isso não quer dizer que quem não tem anticorpos está sob risco, mas traz um alerta de que ainda precisamos manter o isolamento social e cumprir o decreto", explora.

O gestor informou que um levantamento semelhante está sendo realizado em Sobral, na Região Norte, e Iguatu, no Centro-Sul, áreas que tiveram aumento de registros de novos casos e maior demanda assistencial nas últimas semanas. Em Fortaleza, outras duas fases com mais 3.300 testes rápidos e questionários ainda devem ser efetivadas para corroborar ou refutar os dados.

Barra do Ceará

A pesquisa revelou que, em toda a Capital, para cada caso confirmado, há a estimativa de 12 outras contaminações. A chamada razão de infecções, valor que se aproxima do nível de subnotificação.

Enquanto a média em Fortaleza é de 14,2%, o bairro com maior número de contaminações, segundo o estudo, é também o mais atingido até o momento pela pandemia. Na Barra do Ceará, o índice vai a 23,5%.

O bairro da orla, caracterizado por grande adensamento populacional e vulnerabilidade social, foi o que teve maior número de mortes pela Covid-19, de acordo com a Secretaria Municipal da Saúde de Fortaleza (SMS). Até às 10h, de ontem (19), foram 117. Os bairros vizinhos, Cristo Redentor e Pirambu, apresentaram 68 e 40 óbitos, respectivamente, e dividem um índice de soroprevalência de 21,5%.

Com informações do Diário do Nordeste.