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| Foto Fabiane de Paula |
A celebração dos 300 anos de Fortaleza passa pelas histórias que nascem nos bairros e se fortalecem no cotidiano do povo. A Feira do Curió é um desses espaços que ajudam a explicar como a cidade se reconhece, se organiza e se consolida a partir de suas próprias referências.
Segundo uma pesquisa da Unilab, a “Feirinha do Curió” foi criada em junho de 2016 a partir de uma demanda: dois desmontadores de barracas, que já atuavam em outras feiras da cidade, solicitaram à Regional 6 um alvará para iniciar a atividade no bairro.
Começou com cerca de 25 a 30 barracas e chegou a reunir aproximadamente 100. Com o tempo, tornou-se ponto de trabalho, renda e convivência para os moradores. “A pesquisa sugere que a feira exerce uma função social importante: ser uma alternativa de defesa ao desemprego para muitos moradores e feirantes da comunidade”, explica Ugo Andrade, coordenador de articulação das Secretarias Regionais.
O bairro Curió, cuja formação ganhou escala a partir de 1987 por meio de mutirões habitacionais, carrega um histórico de mobilização popular e desafios socioeconômicos. Nesse cenário, a feira se consolidou como um espaço que reflete a organização comunitária local. “É uma feira que nasceu dentro do bairro, para o bairro e é feita pelos moradores e para os moradores. Além disso, reúne produtos tradicionais, agricultura familiar e culinária típica, preservando características culturais do território”, ressalta Ugo.
A presença da feira no dia a dia movimenta a economia local. Pequenos comerciantes conseguem mais visibilidade, fluxo de clientes e oportunidade. Hoje, cerca de 80 permissionários atuam no local. Além disso, ao reforçar hábitos, valorizar produtores locais e manter viva a tradição das feiras de bairro, o território conserva sua memória afetiva.
“Feiras como a do Curió são essenciais porque preservam tradições, fortalecem laços comunitários e mantêm vivos hábitos característicos da cultura da cidade”, finaliza Ugo Andrade.
Com informações do Diário do Nordeste.
