terça-feira, 4 de novembro de 2025

Cooperativas no Ceará transformam o sertão em campo fértil de inovação

Foto Diário do Nordeste 
“Eu ajudava os meus pais de segunda a sexta-feira na roça e, quando fui crescendo, vi que quem dava o preço era o comprador, não era a gente que produzia”.

A insatisfação com a falta de autonomia para precificar a própria produção fez Valdemar Gomes fundar a Cooperativa de Agricultores e Empreendedores Familiares do Estado do Ceará (Coopdest), há 24 anos, no Sertão dos Inhamuns.

Ao lado do primo, Valdemar idealizou uma associação que pudesse garantir a valorização da região. “Era um sonho da minha família. Fomos buscar conhecimento, participando de congressos, pesquisando em outras regiões, para nos aprimorar”, lembra.

Hoje, são mais de 500 trabalhadores cooperados, incluindo produtores de frutas, hortaliças e pecuaristas. A articulação permitiu o escoamento dos produtos, garantindo até a exportação da pimenta-de-cheiro de Quiterianópolis para a Argentina - os envios devem bater recorde em 2025, chegando a 60 toneladas.

Maria Zeneide Lopes, de 60 anos, também transmitiu seus saberes como agricultora a seus familiares e hoje trabalha ao lado do esposo, três filhos e genro. Ao se afiliar à Coopdest, ela conseguiu estruturar o negócio e investir em novos cultivos.

“Nós vendíamos só no mercado local, então não tinha um preço fixo. Hoje, a gente já planta sabendo onde vai colocar, com os preços fixos o ano todo. Em lugar de ter um atravessador, entregamos na cooperativa, e a cooperativa entrega nas escolas. Isso ajuda muito a gente”, celebra.

Com informações do Diário do Nordeste.