
Após quatro meses, a quadra chuvosa cearense de 2025 chegou ao fim neste último sábado, 31. O período, que vai de fevereiro a maio, reservou chuvas dentro da média histórica e manteve o Estado com mais da metade de sua capacidade hídrica armazenada pelo terceiro ano consecutivo.
Ao todo, 517.9 milímetros (mm) caíram sobre todo o Ceará, apenas cinco mm acima do nível considerado mínimo para a média histórica, que é de 512 mm, segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Sem grandes sobressaltos mensais e com poucas precipitações durante a segunda metade da quadra, o total para o Estado passou longe dos 761.7 mm de 2024, melhor índice em 15 anos.
A cidade com o maior média de chuvas foi Caucaia, com 1.431 mm, seguida da Fortaleza, com 1.326 mm e Maracanaú, com 1.264 mm. Todas as três fazem parte da macrorregião da Capital, área em que mais choveu no Ceará.
Em contrapartida, houve locais como o Sertão Central e Inhamuns, que registrou apenas 418.7 mm em precipitações, índice abaixo do considerado comum para os meses de fevereiro a maio, e concentrou oito das dez cidades onde menos choveu no Ceará.
O cenário apresentado é similar aos prognósticos lançados pela Funceme, que indicavam 45% de chance das chuvas dentro da média histórica. Nas previsões válidas para os períodos de fevereiro a abril e março a maio, a Fundação alertou para um maior volume de chuvas no Centro-Norte do Estado e possibilidade de tempo mais firme ao Sul.
O segundo prognóstico em particular, anunciava uma possível irregularidade de onde e quando as chuvas iriam acontecer. Essa inclusive foi uma das características dessa quadra chuvosa, com alguns meses fugindo dos números tradicionais, seja para menos ou para mais.
Foi assim logo no começo do ano, quando janeiro acumulou 191.1 mm, quase o dobro do considerado normal para o mês. Se o começo de 2025 teve essa positiva surpresa, o mesmo não pode ser dito da segunda metade da quadra chuvosa.
Após fevereiro e março de chuvas dentro da média, abril registrou uma queda brusca no número de precipitações, tendo o seu pior resultado desde 2017, com apenas 120 mm.
Conforme explicado pela Funceme à época, a explicação para esses cenários passa pela atuação de sistemas meteorológicos próximo ao Ceará. Em janeiro, o início da aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), maior indutor de chuvas do Ceará, e a chegada da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), resultaram em precipitações mais fortes e recorrentes.
O motivo das chuvas em abril também está relacionado com a um afastamento precoce da ZCIT, que subiu para o hemisfério norte nas primeiras semanas do mês, afastando-se do Ceará. Atrelado a isso, uma rápida atuação da Oscilação Madden Julian (OMJ), fenômeno que influencia padrões de circulação atmosférica em grande escala, durante a primeira quinzena, propiciaram os números abaixo do esperado para abril.
Com informações do O Povo.