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Foto Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados |
Cerca de dez homens armados de fuzis e disfarçados de agentes da Polícia Federal (PF) invadiram uma fazenda do deputado federal cearense e ex-presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB).
O emedebista, no entanto, não estava na propriedade, localizada a 100 km de Brasília. O caso ocorreu em 17 de março e é investigado em sigilo pela Polícia Civil de Goiás (PC-GO). O parlamentar mantém silêncio sobre o caso alegando que não quer atrapalhar as apurações.
Contudo, o Diário do Nordeste teve acesso a detalhes de como foi a invasão e das linhas de investigação com uma fonte que acompanha o trabalho policial. Testemunhas que trabalham na fazenda relataram que, dias antes da invasão, um veículo foi flagrado, por duas vezes, rondando a propriedade do cearense. Em alguns momentos, o condutor teria feito fotos do local. Drones sem identificação também foram vistos sobrevoando a área em meados de março.
Cerca de uma semana depois desses episódios, em 17 de março, a quadrilha deflagrou a invasão, que ocorreu entre 21h e 23h. Inicialmente, uma torre de telefonia próxima ao local foi invadida, e os equipamentos avariados, impedindo a comunicação de moradores do entorno.
Em seguida, o grupo seguiu para a fazenda do deputado, onde rendeu — e algemou — os funcionários e exigiu a presença do gerente do local. Encapuzados, os nove criminosos estavam ainda com jaquetas, coletes, três veículos blindados e até distintivos falso da Polícia Federal, além de fuzis AR-15 e pistolas automáticas.
Na investigação, os funcionários relataram que constantemente os criminosos perguntavam pelo “chefe” da fazenda, mas não chegaram a citar o nome do deputado federal Eunício Oliveira.
Um dos criminosos, que se apresentou como delegado da PF, chegou a apresentar um mandado de busca e apreensão para a casa principal. Eles entraram no imóvel e seguiram até o quarto do deputado, que não estava no local.
Conforme o Diário do Nordeste apurou, naquela segunda-feira, Eunício Oliveira cumpria agenda em Brasília. Contudo, os falsos agentes da PF agrediram os funcionários da fazenda, exigindo que revelassem onde o parlamentar estava no local.
Eles ainda teriam aberto um cofre instalado no imóvel, mas não roubaram qualquer objeto da propriedade. Sem sucesso na busca pelo “chefe”, os criminosos deixaram a fazenda.
Com informações do Diário do Nordeste.