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Foto Davi Rocha |
Ter uma banda é um sonho compartilhado por muitas crianças e adolescentes, de diversas gerações. Porém, tirar esse sonho do papel – aprender a tocar, descobrir referências, construir repertório e, por fim, subir no palco – exige tempo e energia.
Por isso, quando perceberam que as filhas começavam a se interessar pelos instrumentos musicais da casa, os músicos Tina Paulo e Felipe Ferreira trataram de levar a brincadeira a sério, estimulando cada passo das pequenas Gaia Moon e Maya Love, de 9 anos, com atenção e leveza.
O interesse das gêmeas pela música surgiu de uma rotina familiar que incluiu, desde sempre, o rock como paixão e a cultura como eixo fundante. Tina é baixista e produtora cultural; Felipe, baixista e técnico de áudio. Ambos participam ativamente de bandas e projetos artísticos na Capital há anos e, de maneira natural, introduziram as filhas nesse universo, da tradição de ouvir música todas as noites antes de dormir às idas a shows em família.
No ano passado, a curiosidade que as duas tinham com os instrumentos dos pais se transformou em vontade de tocar junto. Tina, que também toca guitarra e um pouco de bateria, ensinou o que sabia para Gaia, que chegou a improvisar uma bateria com pratos de comida, caixas de papelão e mochila para exercitar a prática. Maya, que de início preferia a bateria, começou a se interessar pelo violão e pela guitarra da mãe.
Um dia, os pais decidiram que o passeio de domingo seria diferente: iriam a um estúdio e para que as meninas, por uma hora, brincassem e fizessem barulho juntas. No mesmo dia, Gaia tocou numa bateria de verdade pela primeira vez e Maya aprendeu os primeiros acordes na guitarra. A partir dali, as duas decidiram que queriam levar o projeto a sério: começaram a ensaiar no estúdio com alguma frequência. Decidiram que, dali para a frente, seriam As Caramelas.
Depois de alguns ensaios, a família foi a um karaokê para celebrar o aniversário da filha de um casal de amigos. Ali, conheceram a voz da aniversariante, Sophia Foxy, 11, que subiu ao palco para cantar “Bring Me To Life”, do Evanescence, com um amigo. A voz melodiosa e a boa pronúncia do inglês encantaram Maya, Gaia e Tina, que já começava a atuar também como produtora da banda.
“Olhei para as minhas filhas e falei: ó, é ela? E elas: ‘sim, chama ela!’ Prontamente falei com os pais e eles disseram que estava tudo ok, se ela quisesse, e ela achou massa”, lembra Tina. Após um convite e um rápido aceite, o duo se tornara um trio: agora, As Caramelas tinham uma vocalista.
Há algumas semanas, a formação se tornou completa com a chegada da baixista Sofia Hachi, 14, também filha de músicos cearenses conhecidos dos familiares das outras integrantes e entusiasta do rock desde a infância.
Desde o início da banda, no ano passado, o grupo já realizou alguns shows – em horários vespertinos e em bares de familiares e amigos, como o Snake Bar, no Benfica, comandado pelos pais de Sophia – e se dedica a uma rotina de ensaios. A ideia, agora, é se dedicar cada vez mais ao projeto, levando a sério o sonho do quarteto, mas com o cuidado de manter uma rotina adequada à idade das meninas.
“Como elas são muito pequenas ainda, e o pessoal já está muito ansioso pra ver mais, a gente estipulou de ter pelo menos um show por mês, ou dois, no máximo. O importante mesmo são esses momentos de ensaio, que é a brincadeira, o momento de aprender”, destaca Tina Paulo. “Por elas, elas tocavam toda semana, todo dia. A gente é que diz ‘não, peraí, vamos com calma’”, brinca a produtora.
Com informações do Diário do Nordeste.