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Foto Kid Junior |
José Pereira Filho, 65 anos, é eletricista e atua como auxiliar de manutenção com carteira assinada. Ele é uma exceção na realidade do mercado de trabalho quando o recorte é por idade e pega quem tem 50 anos ou mais.
No Ceará, em 2024, 4.149 postos de trabalho com esse perfil etário foram fechados, ou seja, o saldo foi negativo. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Durante o mesmo período, se olharmos as admissões, a partir de 50 anos foram 43.714. Destas, 42.184, com idade entre 50 e 64 anos. Já quando a faixa etária é de 65 anos ou mais, esse número cai para 1.530. Neste contexto, as mulheres são as mais prejudicadas, com apenas 358, ante os 1.172 homens.
Se olharmos para a outra ponta desta tabela, foram criados 53.862 postos de trabalho no ano passado, para jovens com idades entre 18 e 29 anos. Destes, a grande maioria, 47.760, possui idade até 24 anos.
Já sobre as admissões, foram 297.285, contra 243.405 demissões. No comparativo, as contratações de trabalhadores a partir dos 50 anos é apenas 14,7% das feitas com jovens entre 18 e 29 anos.
“Fiquei 20 anos afastado do mercado de trabalho formal. Aos 46 anos fui trabalhar por conta própria, fazendo bico de manutenção nas empresas. A busca por um novo emprego foi sem perspectiva. Não tinha esperança de ser recolocado no mercado de trabalho. Apesar de ter muita experiência, a idade pesou muito”, conta Pereira, lembrando que por morar no Interior, as perspectivas eram menores ainda.
Buscando por um posto de trabalho em Fortaleza, o eletricista acabou sendo contratado por uma empresa atuante no ramo da avicultura, com aproximadamente 1.098 empregos diretos. Atualmente, conforme a gerente de Gente & Gestão da Companhia de Alimentos do Nordeste (Cialne), Socorro Viana, 248 pessoas com 50 anos ou mais atuam no local. A soma representa 19% do quadro de colaboradores.
Com informações do Diário do Nordeste.