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Foto Ismael Soares |
O maior e mais importante rio do Ceará, o Rio Jaguaribe, tem em seu caminho dois reservatórios gigantes: o Castanhão e o Orós. Este último, segundo maior do Estado, voltou a sangrar após 14 anos no dia 26 de abril e contribui diretamente para o abastecimento do maior.
A água do Orós é levada ao Jaguaribe por meio de um sistema construído e, a partir dele, também chega ao maior açude do Estado, o Castanhão. Os dois reservatórios também são o primeiro e terceiro maiores do Brasil, respectivamente. Essa transferência de água ocorre constantemente, desde que o Orós não chegue ao volume morto, mas quando ele está com alto volume, transbordando, há um incremento na quantidade desse envio.
Atualmente, o Orós envia 793 litros por segundo para perenizar o rio (tornar permanente), de acordo com o Portal Hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
O Jaguaribe é um rio temporário e costuma secar em períodos de estiagem. Portanto, depende de obras hidráulicas para permanecer correndo ao longo de todo o ano. O curso d’água nasce numa região entre os municípios de Tauá e Parambu e recebe recarga de diversos afluentes, como o Trici, o Jucás, o Bastiões e o Trussu.
“Alguns deles têm açudes, que quando sangram desaguam para o Jaguaribe até chegar ao Orós. Eles vão se unindo”, explica Welliton de Souza Ferreira, gerente regional da Bacia do Alto Jaguaribe da Cogerh.
No entanto, a água não fica represada no Orós (cuja capacidade é de 1,9 bilhão de metros cúbicos). Durante o ano todo, desde a década de 1980, uma válvula dispersora direciona a água do reservatório para o leito do Jaguaribe.
“Soltamos a água pela válvula até para perenizar a cidade de Jaguaribe, que depende do abastecimento do Orós pelo fluxo natural do rio. Ele passa por lá para então chegar ao Castanhão, em Jaguaribara”, diz Welliton.
Assim, a válvula do Orós pereniza o rio Jaguaribe em mais de 100 quilômetros, até chegar ao gigante cearense, o Açude Castanhão, capaz de armazenar 6,7 bilhões de metros cúbicos de água. Atualmente, ele está com 30% do volume total (cerca de 2 bilhões de m³).
Segundo Welliton, o Orós foi o sexto açude da bacia do Alto Jaguaribe a verter em 2025, comprovando boas chuvas na região. “É bem gratificante ter todo esse volume para garantir o abastecimento não só para o pessoal que mora em torno do açude, mas também para a perenização natural do rio, que serve para o açude Castanhão”, destaca.
70 mil pessoas são beneficiadas pela sangria do Orós, conforme a Cogerh.
Com informações do Diário do Nordeste .