quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Antropólogo cearense é selecionado para trabalhar junto a povos Yanomami

Foto Rovena Rosa/Agência Brasil
As imagens dos corpos desnutridos dos povos Yanomami que rodaram o mundo, no início de 2023, expuseram uma realidade dura de violações contra os donos da maior terra indígena do Brasil. Para reverter o cenário, o Governo Federal tem direcionado a eles ações de assistência social – as quais contam, agora, com a contribuição de um cearense.

O antropólogo Messias Douglas, 29, foi selecionado para integrar a equipe do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social e Combate à Fome (MDS) que traça estratégias para fortalecer a proteção social e cultural de um dos grupos originários mais importantes do País.

A terra dos Yanomami abrange territórios em Roraima e Amazonas, no Norte brasileiros, e chega a parte da Venezuela. São mais de 390 comunidades e 30 mil indígenas, conforme dados do Ministério da Saúde (MS).

Intitulado de “Missão Yanomami”, o trabalho específico de fortalecimento da saúde e da garantia de direitos fundamentais aos povos foi montado em 2023, mas o antropólogo cearense começou a integrar a equipe somente neste ano de 2024, e deve permanecer na missão durante dois anos.

“Tive contato com várias lideranças, também fui em alguns municípios onde há incidência do território Yanomami e Ye’kwana. Parte do trabalho também é mostrar que eles são munícipes, que a política da assistência social é para quem dela necessitar”, explica Messias.

Entre o Distrito Federal, Roraima e Amazonas, o cearense já testemunhou o cenário “desafiador” vivenciado pelos indígenas. “Visitei uns territórios que atendem aos Yanomami, para ter só metade da dimensão do problema. É bem desafiador”, pontua, reforçando que a missão da equipe governamental é efetivar soluções para as questões.

Apesar da realidade dura encarada durante o trabalho de assistência social, a bagagem que o antropólogo vai carregar na volta ao Ceará inclui itens bonitos e valiosos. “A experiência está sendo incrível. Nós, não indígenas, temos muito a aprender com os povos indígenas, com os Yanomamis. Eles são a natureza”, inicia.

“Aqui estou aprendendo a importância do sonho, de sonhar longe, não mais comigo, mas com eles, cada vez mais fortes enquanto povo, enquanto seus costumes. E com um atendimento culturalmente diferenciado que cumpra tanto a função de proteção social como de proteção cultural”, complementa Messias.

Com informações do Diário do Nordeste.