Foto Fábio Lima/ O Povo |
Cocares e maracás enfeitaram a galeria do Palácio da Abolição nesta quarta-feira, 31, durante a posse de 146 professores indígenas em vagas efetivas da rede pública de ensino do Ceará. Os docentes foram aprovados no primeiro concurso para a categoria na história do Estado, lançado em junho de 2023.
Eles serão distribuídos em 30 escolas de 13 etnias indígenas cearenses. São elas Anacé, Gavião, Jenipapo Kanindé, Kalabaça, Kanindé, Kariri, Pitaguary, Potiguara, Tabajara, Tapeba, Tubiba Tapuia, Tapuia Kariri e Tremembé.
Para conseguir as vagas, os professores passaram por um processo seletivo com três fases, incluindo prova prática, escrita e avaliação de títulos. Todas as fases do concurso foram definidas em conjunto com as lideranças indígenas. Algumas delas participaram inclusive das bancas das provas de didática.
O governador Elmano de Freitas (PT) destacou que esse diálogo foi fundamental para o processo de construção do edital, que prevê a distribuição dos educadores conforme a etnia a qual pertencem.
“O professor indígena é participante e integrante daquele povo. A escola indígena, nesse caso, se constitui também como um instrumento de transmissão da cultura indígena para suas crianças, pros seus jovens”, afirma.
Muitos já lecionavam nas escolas dos territórios com contratos temporários há anos. É o caso de Rochelia de Sousa Vieira, indígena potiguara da aldeia Espírito Santo, em Monsenhor Tabosa.
“É um momento muito rico, único nas nossas vidas. Foi uma luta muito grande. É um marco tanto para a gente quanto para a escola”, afirma Rochelia, que agora será docente efetiva da escola Ybi Pirang. O colégio atende cerca de 160 alunos e terá três professores efetivos.
Além de Monsenhor Tabosa, outros 11 municípios terão professores indígenas concursados: Aquiraz, Maracanaú, Caucaia, Pacatuba, Itapipoca, São Benedito, Canindé, Aratuba, Crateús, Poranga e Tamboril.
A rede pública estadual é constituída de 43 escolas indígenas, com o atendimento de 8.399 alunos. Os professores serão lotados em turmas de Ensino Fundamental Anos Iniciais (1º ao 5º), Ensino Fundamental Anos Finais (6º ao 9º) e Ensino Médio. Atualmente, 800 professores indígenas atuam na rede. Com a posse, 18,25% serão concursados
Com informações do O Povo.