quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

'Trisal' cearense conquista na Justiça o direito de registrar bebê com duas mães e um pai

Foto Arquivo Pessoal/Jamille Ferreira
Em abril de 2022, Bernardo anunciou que viria. Era véspera de uma consulta que a prepararia para uma fertilização in vitro quando a bancária Jamille Ferreira, 34, descobriu que o primogênito já habitava o ventre.

Mas o “êxtase” pela surpresa, ela lembra, dividiu espaço no peito com um sentimento oposto: o de preocupação. Pelo fato de o bebê ser fruto da relação poliamorosa de Jamille com Ruan Vieira, 28, e Natália Nogueira, 27, seria preciso recorrer à Justiça para registrá-lo com os nomes dos três.

Neste mês, após 1 ano e meio de processo, a Justiça do Ceará concedeu ao trisal o direito de registrar Bernardo com as duas mães e o pai firmados no documento.

Com a decisão, a certidão de nascimento do pequeno – que precisou ser feita apenas com a filiação biológica – será retificada para conter, finalmente, os nomes de Jamille, mãe biológica; Natália, mãe socioafetiva, e Ruan, pai da criança. Com isso, o menino passa a ter, ainda, seis avós.

“Era muito importante pra gente. Não era só um direito da Natália, como mãe, mas do Bernardo, principalmente. Isso traz muita felicidade”, compartilha Jamille, em entrevista ao Diário do Nordeste.

Os três mantêm o relacionamento há 3 anos e meio, desde que Jamille e Ruan, já casados, se apaixonaram por Natália e a jovem passou a integrar a família e compartilhar o sonho de ter um filho.

“A gente já planejava ter um bebê. A Natália acompanhou tudo, as consultas de pré-natal, a arrumação do quarto, as compras de roupinhas. Tudo. Quando descobrimos a gravidez, ela já sabia tudo sobre parto humanizado”, ri Jamille.

Após o nascimento de Bernardo, foram requisitadas pela Justiça as visitas de uma psicóloga e de uma assistente social para que a decisão fosse tomada, considerando ainda todas as provas de vínculo de Natália, Jamille e Ruan.

Com informações do Diário do Nordeste.