sábado, 16 de dezembro de 2023

Encontro de bateristas movimenta Iguatu

Foto Jornal A Praça 
Um encontro que ficou marcado na história, não só dos participantes, mas também de quem assistiu à apresentação de músicos veteranos, estudantes e iniciantes de bateria, durante o 4º Encontro de Bateristas, que aconteceu nesta cidade, no domingo, 10, na Praça das Crianças.

Única mulher participante este ano, a estudante Brenda Lopes, 16, que toca o instrumento desde os sete, participou do evento pela segunda vez e falou um pouco desse momento. “É um evento muito importante para quem gosta desse instrumento. Um momento de descontração com bateristas de outras cidades, muito legal essa experiência. Em relação eu ser a única mulher que participou, e também ver que tem poucas mulheres que tocam bateria, não tem nada a ver. É um instrumento eclético que pode tocar qualquer pessoa, criança, mulher, homem, o importante é quem tiver interesse, é muito fácil de aprender. É só fazer aulas e pronto”, afirmou, explicando que toca todos os ritmos, mas que sua preferência é por internacional.

Por lá também havia participantes de várias cidades e até mesmo de outras regiões. O músico Francisco José, conhecido por Aladim Batera, veio com o pai dele da cidade de Piquet Carneiro, percorreram quase 90km. Ele, que é músico profissional, aprendeu a tocar bateria ainda na adolescência, aos 14 anos “Eu hoje tenho 29, toco numa banda de forró da nossa região. Desde pequeno sempre tive aquela vontade de aprender a tocar, aquela vontade de fazer zoada. Fui crescendo e me aperfeiçoando. Aumentou a vontade quando minha mãe me deu minha primeira bateria. Foi justamente com o primeiro aposento que ela tirou. Na época ela me entregou pra eu comprar uma bateria, foi um presente que nunca esqueço e sou grato a ela. Até hoje estou na estrada, mas viver da música é complicado, mas é assim mesmo. Durante a semana tenho outros trabalhos e no final de semana faço o que mais gosto, tocar bateria”, pontuou Aladim.

Este ano o evento reuniu na Praça das Crianças cerca de 35 instrumentistas, entre crianças, jovens e adultos. E todos fizeram bonito, mesmo cada um com suas preferências e estilos musicais, seguiam bem sincronizados uma banda de apoio que foi comandada pelo músico e baterista Sussu Mendonça, idealizador do encontro. O também experiente baterista e professor de Língua Portuguesa, Lincoln Lavor, que toca o instrumento há 20 anos, e que também faz parte da organização do evento, destacou a importância desse momento, principalmente para a valorização dos músicos e instrumentistas. “Esse momento foi para congregar músicos, bateristas, percussionistas de toda região para celebrarmos a vida desse instrumento tão importante na música. O interessante é que a gente passou um ano de planejamento, reunindo, conversando com vários músicos que tocam o mesmo instrumento. É uma estratégia de valorizar o instrumento, os músicos, a importância dos músicos da região e aproveitar também para confraternizar, já que o evento acontece no final do ano, numa partilha de experiência, desse instrumento, que é o coração pulsante da banda. Em toda banda é a bateria que faz o ritmo, a cadência musical acontecer”, celebrou o professor.

Inclusão

Não diferente de outras artes, a música é também inclusiva, a bateria ainda mais. O jovem Aguinaldo Filho veio acompanhado dos pais e da irmã para o evento. Ele participa desde o primeiro, e, segundo o pai,, Aguinaldo Franco, a bateria sempre o cativou. “Aguinaldo Filho diagnosticado com espectro autista, mas a gente sempre percebeu a sensibilidade dele para música e gostou sempre de instrumentos de percussão. Sabe os hinos de qualquer time, gosta muito das músicas de Roberto Carlos. Ele começou a se interessar e se desenvolver mesmo na bateria a partir de 2017, quando a gente comprou a bateria para ele. Ele sempre fica ansioso para participar desse evento que tem uma grande importância. Isso é muito bom para Iguatu, um investimento na cultura”, declarou.

Adriana Soares e seu marido dela Paulo acompanharam o filho Paulo Áquila, o jovem de 20 anos tem síndrome de Willians. A música tem ajudado muito no desenvolvimento dele. “O principal problema dele é cognitivo. Ele esquece as coisas com facilidade, mas a música não. Ele é um educando da Fundação Raimundo Fagner e da APAE de Orós, onde a gente mora. Viemos pela primeira vez. A gente trouxe ele para mostrar um pouco do talento dele. A musicalização na vida de Paulo foi uma transformação. A música trouxe para ele desenvolvimento, alegria. Ele pode estudar e se desenvolver. A música mesmo transformou a vida do nosso filho e da gente também”, disse.

Com informações do Jornal A Praça.