Foto Kid Junior/ SVM. |
A quadra chuvosa de 2023, período que vai de fevereiro a maio no Ceará, garantiu um expressivo aporte de água nos açudes monitorados pelo Estado. Prova disso é que, atualmente, apenas um dos 157 reservatórios da lista da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) está seco
O açude em questão é o Salão, localizado em Canindé, a cerca de 110Km de Fortaleza. Ele foi concluído em 1918, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).
Com capacidade para 6 milhões de metros cúbicos de água, o açude pertence à bacia do Curu, terceira com menor reserva entre as 12 do Estado.
O Salão chegou a sangrar em 2009, mas desde aquele ano acumula sucessivas perdas. Desde 2018, ele não possui mais de 5% da capacidade, e ficou totalmente seco no ano passado.
De acordo com João Lúcio Farias, diretor de planejamento da Cogerh, o esvaziamento do Salão não tem grande impacto para a população de Canindé. Isso porque a gestão dos recursos pensou em alternativas para solucionar o problema.
A primeira é o abastecimento pelo reservatório São Mateus, na mesma cidade, capaz de armazenar 10 milhões de metros cúbicos. Além disso, o atendimento está garantido por uma adutora que vem do açude General Sampaio, hoje com quase 63 milhões de metros cúbicos.
“O Salão, seco, não interfere não. Tá numa situação tranquila, a cidade de Canindé”, tranquiliza o gestor.
Atualmente, há 43 açudes sangrando no Estado, e mais 37 têm acima de 90% da capacidade. Outros 8 estão no volume morto, quando possuem menos de 5% da capacidade total.
APORTE NA QUADRA
O Ceará teve um aporte de 6,8 bilhões de metros cúbicos de água em 2023. A expectativa inicial da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) era que as chuvas garantissem, pelo menos, 5 bilhões de metros cúbicos.
Agora, juntos, os reservatórios acumulam 9,47 bilhões de m³, o que representa 51% do volume total do Estado. No começo deste ano, o percentual era de 31,4%, conforme o Portal Hidrológico da Cogerh.
A bacia do Banabuiú, no Sertão Central, ganhou destaque no período, registrando o maior volume dos últimos 10 anos: subiu de 9% para 41% do volume armazenado. Ainda assim, passou da classificação "muito crítica" para "em alerta".
Com informações do Diário do Nordeste.