sexta-feira, 2 de junho de 2023

Açude de 105 anos é o único seco do Ceará, entre os monitorados pelo Estado após a quadra chuvosa

Foto Kid Junior/ SVM.
A quadra chuvosa de 2023, período que vai de fevereiro a maio no Ceará, garantiu um expressivo aporte de água nos açudes monitorados pelo Estado. Prova disso é que, atualmente, apenas um dos 157 reservatórios da lista da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) está seco 

O açude em questão é o Salão, localizado em Canindé, a cerca de 110Km de Fortaleza. Ele foi concluído em 1918, segundo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

Com capacidade para 6 milhões de metros cúbicos de água, o açude pertence à bacia do Curu, terceira com menor reserva entre as 12 do Estado.

O Salão chegou a sangrar em 2009, mas desde aquele ano acumula sucessivas perdas. Desde 2018, ele não possui mais de 5% da capacidade, e ficou totalmente seco no ano passado.

De acordo com João Lúcio Farias, diretor de planejamento da Cogerh, o esvaziamento do Salão não tem grande impacto para a população de Canindé. Isso porque a gestão dos recursos pensou em alternativas para solucionar o problema.

A primeira é o abastecimento pelo reservatório São Mateus, na mesma cidade, capaz de armazenar 10 milhões de metros cúbicos. Além disso, o atendimento está garantido por uma adutora que vem do açude General Sampaio, hoje com quase 63 milhões de metros cúbicos.

“O Salão, seco, não interfere não. Tá numa situação tranquila, a cidade de Canindé”, tranquiliza o gestor.

Atualmente, há 43 açudes sangrando no Estado, e mais 37 têm acima de 90% da capacidade. Outros 8 estão no volume morto, quando possuem menos de 5% da capacidade total.

APORTE NA QUADRA

O Ceará teve um aporte de 6,8 bilhões de metros cúbicos de água em 2023. A expectativa inicial da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) era que as chuvas garantissem, pelo menos, 5 bilhões de metros cúbicos.

Agora, juntos, os reservatórios acumulam 9,47 bilhões de m³, o que representa 51% do volume total do Estado. No começo deste ano, o percentual era de 31,4%, conforme o Portal Hidrológico da Cogerh.

A bacia do Banabuiú, no Sertão Central, ganhou destaque no período, registrando o maior volume dos últimos 10 anos: subiu de 9% para 41% do volume armazenado. Ainda assim, passou da classificação "muito crítica" para "em alerta".

Com informações do Diário do Nordeste.