quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Cearense perde 3 filhos para o câncer e enfrenta tratamento da doença: ‘vivo, além do luto, a luta’

Num intervalo de dois anos, entre 1996 e 1998, nasceram Anna Carolina e Pedro Régis. Dez anos depois do irmão, em 2008, a caçula Beatriz completou a família. “Meninos maravilhosos, educados, alegres e estudiosos”, como se orgulha o pai, Régis Feitosa Mota – que vivenciou a partida dos três por câncer, em quatro anos.

A sucessão de diagnósticos na família é exaustiva e inacreditável até para quem escuta: foram 11 episódios de câncer entre o pai e os filhos. “A Anna foi a primeira, em 2009. Teve Leucemia Linfoide Aguda (LLA)”, relembra Régis, que concedeu entrevista ao Diário do Nordeste, nesta terça-feira, 30 de novembro. Datas e nomes dos carcinomas saltam da memória à língua num segundo.

“Mas ela ficou curada, ficou bem. Tratou em São Paulo, com quimio e radioterapia, por quase 3 anos. Foi algo novíssimo, ficamos bastante assustados, com medo de perdê-la”, complementa o pai, com a boca ainda amarga pela perda recente.

Anna Carolina, médica, partiu neste novembro de 2022, a um mês de completar 26 anos, vítima de um glioma (tumor no cérebro) que tratava desde agosto de 2021.

Quando Anna se foi, já carregava consigo a saudade dos irmãos, Bia e Pedro. A mais nova, aliás, é chamada no diminutivo – sinal de carinho ou de uma memória cristalizada, sempre será “Biazinha”. Não teve tempo de crescer. Bia viveu uma década, de março de 2008 a junho de 2018, até ter a vida interrompida pela leucemia. A primeira perda de Régis.

“A Biazinha adoeceu com 9 anos, em maio de 2017, e também foi tratada em São Paulo. Mas ainda em 2016, eu já tinha sido diagnosticado com Leucemia Linfoide Crônica (LLC), e um mês depois o Pedro teve osteossarcoma (câncer ósseo). Começamos a ver que não era coincidência”, relembra o economista.

Naquele ano, 2016, uma investigação de saúde mostrou que Régis e os filhos tinham uma alteração genética – não produziam a proteína p53, gene responsável por suprimir tumores.

Entre 2016 e 2017, então, o cearense e a família tiveram de administrar três tratamentos ao mesmo tempo. “Minha leucemia não requer tratamento agressivo, mas o Pedro teve que tratar com cirurgia, colocação de prótese e quimioterapia. Ele ficou curado, aí a Bia foi acometida”, lista Régis.

Veio, então, o segundo câncer de Pedro, dessa vez no pulmão, diagnosticado em exames de rastreio, indispensáveis para alguém com a condição genética dele e dos irmãos. Tratou, curou. No mesmo ano, três meses após a partida de “Biazinha”, um 3º câncer atinge o garoto, curado em 2019.

Com informações do Diário do Nordeste.