sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Com 28 mil registros de dengue, Ceará tem 93% das cidades com casos confirmados

Foto Fabiane de Paula 
De todos os 184 municípios do Ceará, apenas 11 não têm caso confirmado de dengue neste ano de 2022. As cidades de São Luís do Curu, Potiretama, Ipaporanga, Tarrafas, Altaneira, Antonina do Norte, Irauçuba, Frecheirinha, Graça, Umirim e General Sampaio são as únicas que não registraram nenhum caso da doença.

Ao todo, o Ceará já contabiliza 28.731 casos confirmados e 11 mortes. A Capital cearense lidera o ranking com mais de 12 mil registros da doença, seguida por Sobral (866) e Mauriti (689). Os dados são do mais recente boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, divulgado nesta semana.

O acumulado de janeiro a setembro já supera todo o acumulado de 2020 e se aproxima do índice de 2021. No ano passado, foram pouco mais de 32 mil casos confirmados de dengue. Já em 2020, foram cerca de 20 mil infecções, ou seja, em 2022 os casos já estão 40% acima.

Mas, o que estaria por trás deste alto número de casos? E por qual razão tantas cidades já contabilizam casos desta doença? O médico e Gestor em Saúde, Álvaro Madeira Neto, explica que o prolongamento das chuvas em 2022 pode ter contribuído para o aumento e disseminação dos casos de dengue.

Com água parada por mais tempo, o mosquito Aedes aegypti teve uma maior janela de proliferação e, assim, a transmissão de arboviroses cresceu. O especialista ressalta, no entanto, que outro fator foi preponderante para também impulsionar os casos de dengue: a diminuição das ações preventivas.

"Durante a pandemia, houve uma diminuição nos cuidados e nas campanhas de combate ao vetor, que é o mosquito Aedes. O foco estava na pandemia e, assim, o combate ao mosquito perdeu um pouco de força. Acredito que este relaxamento tenha alguma repercussão até hoje", pontuou Álvaro.

Pare reversão deste cenário de alerta, o especialista aponta ser fundamental o retorno dos planos de ações de combate e prevenção ao mosquito. "As campanhas informativas são muito importantes", detalha. O médico alerta ainda que a sociedade civil deve contribuir. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 80% dos focos do mosquito estão dentro e ao redor das casas.

CUIDADOS

Com 11 mortes dentro de um universo de 84 mil casos, o médico Álvaro Madeira Neto observa que este índice está dentro da proporção média verificada em outras localidades. Mas, apesar de ser um número dentro da "média", o especialista lembra que é preciso adoção de cuidados específicos para que a quantidade de óbitos não cresça.

"Diante de tantos casos confirmados, é necessário ficar atento a alguns sinais para que a doença não evolua rapidamente. Quando existir, por exemplo, dor abdominal e sangramento, é urgente a busca por unidade de saúde. O rápido e preciso atendimento pode salvar vidas", acrescenta Álvaro.

Com informações do Diário do Nordeste.