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Foto Kid Jr/ SVM |
Faltando poucos dias para o fim do mês, agosto já conquistou uma marca que não era alcançada há 13 anos. As chuvas, neste mês, ficaram acima da média em todas as 8 macrorregiões do Estado. A última vez que isso ocorreu foi em 2009.
Nem mesmo o ano de 2020, cujos volumes pluviométricos figuram entre os melhores deste milênio, esta marca foi alcançada. Naquele ano, apenas a região da Ibiapaba ficou acima de média histórica (41,2%).
Em agosto de 2022, algumas macrorregiões se destacam. A do Cariri lidera os índices. Em 29 dias, choveu mais de 5 vezes o volume que era esperado para o mês.
A média histórica é calculada, pela Funceme, com os volumes observados durante os últimos 30 anos.
A média histórica para a região é de apenas 3,4 milímetros e, até agora, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) já contabiliza o acumulado de 17,7 mm, uma variação positiva de 414,9%.
Jaguaribana e Sertão Central, duas regiões que enfrentam historicamente baixos volumes pluviométricos, também tiveram bons índices. Elas respondem pela segunda e terceira maior variação média neste mês, respectivamente.
Jaguaribana acumula 27,2 milímetros - o melhor acumulado absoluto neste mês - e, o Sertão Central, 19,6 mm acumulados em agosto. O levantamento foi realizado pelo Diário do Nordeste com base em dados fornecidos pela Funceme. Cariri: 17,7mm observados, variação de 414,9%
Jaguaribana: 27,1mm observados, variação de 305,5%
Sertão Central e Inhamuns: 19,6mm observados, variação de 300,6%
Litoral Norte: 6,5mm observados, variação de 200,9%
Litoral do Pecém: 11,2mm observados, variação de 167,7%
Ibiapaba: 6,4mm observadora, variação de 132,7%
Maciço de Baturité: 22,4mm observados, variação de 73,7%
Litoral de Fortaleza: 12,2mm observados, variação de 19,9%
Para que essas médias fossem superadas em todas as regiões, agosto contou com um início atípico, até mesmo quando comparado a meses da quadra chuvosa (fevereiro-maio). A primeira semana recebeu um intenso volume de chuva, o que fez subir os índices pluviométricos.
No dia 4 de agosto, a Funceme contabilizou chuvas em 126 municípios, isso representa que quase 70% do Estado foi banhado naquela data. No dia seguinte, isto é, 5 de agosto, as precipitações foram contabilizadas em 86 cidades, quase metade do território cearenses.
Esses volumes, quando contrapostos à última semana de agosto, cujo volume está reduzido, se sobrepõe. Prova disso é a manutenção dos aportes nos reservatórios cearenses monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
MELHOR NÚMERO EM MAIS DE DEZ ANOS
Atualmente, são 8 açudes sangrando no Ceará. Desde 2009 o Estado não tinha tantos reservatórios nesta posição. Naquela data, eram 20 acima de 100%. O índice médio de armazenamento dos açudes, para o fim de agosto daquele ano, era de 83,9%. Hoje, o armazenamento está em 37,4%.
Para Francisco Teixeira, titular da Secretaria de Recursos Hídricos (SRH) do Estado, este é um número positivo "visto o baixo volume que tínhamos no início do ano", mas que não representa um cenário de absoluta tranquilidade.
Ele recorda que é preciso manter o uso racional da água em razão de o Estado estar em uma região cujos índices tendem a serem dentro ou abaixo da média.
"É mais comum que tenhamos longos períodos de chuvas reduzidas do que chuvas com grandes índices acima da média. Por isso a necessidade do uso parcimonioso", pontuou Teixeira.
Açudes sangrando no Ceará:
Jenipapo (em Meruoca)
Faé (em Quixelô)
Aracoiaba (em Aracoiaba)
Germinal (em Palmácia)
Itapebussu (em Maranguape)
Penedo (em Maranguape)
Pesqueiro (em Capistrano)
Tijuquinha (em Baturité)
Com informações do Diário do Nordeste.