domingo, 29 de maio de 2022

Pele de tilápia é usada para construção de canal vaginal em pacientes com síndrome rara, no Ceará

Um procedimento cirúrgico desenvolvido com o uso da pele de tilápia, um peixe de água doce, criou um canal vaginal em uma mulher que nasceu com a síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-Hauser, também conhecida pelas siglas SMRKH. A síndrome é caracterizada pela atrofia parcial ou completa da vagina. Maria Jucilene Moreira, 28 anos, conhecida como Jucy, foi a primeira mulher brasileira a ter o canal vaginal criado com a pele de tilápia.

Natural de Lavras da Mangabeira, no interior do Ceará, Jucy passou pela cirurgia em 2017, aos 23 anos, após descobrir que o procedimento era feito na Maternidade Escola Assis Chateaubriand, da Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza.

Em entrevista ao g1, ela disse que demorou a receber o diagnóstico porque nenhum médico procurado por ela, até então, conseguia descobrir o motivo da ausência da primeira menstruação, um dos sinais da síndrome em questão. Ela também sofria com fortes dores no pé da barriga.

A jovem conta ainda que, em uma das consultas realizada em um hospital, um médico chegou a afirmar que ela não menstruava porque estava grávida, mesmo ela dizendo que era virgem. “E ele insistindo, insistindo, até que fez um toque (exame) e viu que eu era virgem mesmo, que eu era fechada”, conta.

Com informações do G1 Ceará.