O cantor Wesley Safadão, a esposa dele, Thyane Dantas, e mais cinco pessoas foram indiciadas pelo crime de peculato devido à vacinação irregular contra a Covid-19 do casal e da assessora do artista. A imunização fora de local e data, em Fortaleza, foi alvo inquérito policial pela Delegacia de Combate a Corrupção (Decor).
Grupo ainda foi indiciado "por infração a determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa, cujas penas somadas podem chegar a treze anos de prisão", de acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Já a assessora de Safadão, Sabrina Tavares Brandão foi indiciada por infração de medida sanitária. No total, o inquérito terminou com oito pessoas indiciadas.
A investigação, que durou dois meses e ouviu um total de 19 de pessoas, foi finalizada pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) nesta quarta-feira (29). Inquérito já foi enviado ao Poder Judiciário para apreciação.
Procurada pelo Diário do Nordeste para comentar o caso na noite desta quarta, a assessoria de Safadão informou que não irá se pronunciar.
VACINAÇÃO FOI COMBINADA
Segundo os delegados que conduziram as apurações do caso, Safadão, Thyane e Sabrina combinaram previamente os trâmites para serem vacinados.
Conforme a SSPDS, articularam o momento uma pessoa próxima ao cantor e um segundo envolvido, que, por sua vez, possuía contato com os três servidores públicos envolvidos no caso.
Ficou caracterizado que a vacinação das três pessoas investigadas decorreu de um prévio ajuste entre elas, uma pessoa próxima ao cantor e uma outra pessoa, que por sua vez, possuía contato com os três servidores públicos, descartando a hipótese de coincidência despropositada e/ou falha, a título de culpa, das pessoas que trabalhavam no local
POLÍCIA CIVIL
Não houve envolvimento da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), de acordo com o inquérito.
"Os três servidores agiram, de acordo com o apurado, de maneira voluntária e deliberada, sem qualquer tipo de ciência, autorização ou conivência por parte da SMS de Fortaleza, a qual, inclusive, prestou todo apoio à investigação", pontua nota da SSPDS.
A Polícia elucidou ainda que não há provas de pagamentos entre as partes envolvidas, mas sim "satisfação de interesses pessoais".
O QUE É PECULATO?
O crime de peculato se caracteriza, de acordo com o Código Penal, quando um funcionário público desvia bens ou dinheiro (público ou privado) em benefício próprio ou de terceiros.
A pena pode ser de reclusão de dois a 12 anos, além de multa. "Cabe esclarecer que se a pessoa que não é servidor público ajuda este a cometer o crime, sabendo de sua condição de servidor, responde pela mesma tipificação legal", explica a SSPDS.
Com informações do Diário do Nordeste