terça-feira, 25 de maio de 2021

Com a pandemia, abril, maio e junho de 2020 foram os meses mais mortais no Ceará desde 1979

As principais perdas trazidas pela Covid-19 são as humanas, com milhares de histórias silenciadas, encerradas e sepultadas. No entanto, a catástrofe causada por ela agravou ainda mais a situação de óbitos no Brasil e no Ceará. O primeiro ano de pandemia no Estado, por exemplo, teve crescimento de 20% no número de óbitos, em relação a 2019.

Entre os recordes negativos, os meses de abril, maio e junho de 2020 foram os meses com mais mortes gerais no Estado desde 1979, ano em que os registros do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, foram informatizados.

A ferramenta contabiliza qualquer tipo de morte, desde aquela provocada por infecções virais (como a Covid-19) ou parasitárias e doenças crônicas, até óbitos infantis e maternos ou causas externas, como violência e acidentes. Todos os fatores estão descritos na Classificação Internacional de Doenças (CID-10).

Ao todo, 2020 contabiliza 68.402 óbitos. Embora ainda preliminar, este também é o recorde da série histórica do SIM desde sua criação, em 1975: foram 11 mil mortes a mais que o ano anterior, já que 2019, ainda sem pandemia, teve 56.639 mortes.

Os dados mais recentes da ferramenta foram disponibilizados em abril de 2021 pela Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS). Segundo a Pasta, os dados referentes aos anos de 2019 e 2020 são prévios e estão sujeitos a alterações devido a prazos legais para a alimentação do sistema.

Conforme os registros, a escalada histórica ocorreu em março, mês de início da pandemia no Ceará. Embora tenham sido registradas apenas 25 mortes por Covid-19, de acordo com a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o mês fechou com 6.223 óbitos gerais.

Antes disso, o recorde era de março de 2017, único mês em que o Ceará passou de 6 mil registros em quase 40 anos. Mais precisamente, foram 6.022. Naquele mês, o Estado teve mortalidade acima do normal em todas as categorias de causas, mas principalmente por doenças do aparelho circulatório e do aparelho respiratório.

Contudo, o pior mês da história, até o momento, foi maio de 2020. Ao todo, 10.274 pessoas perderam a vida no Estado, de acordo com o SIM. Só por Covid-19, foram 3.936, o equivalente a 38,31% do total - ou seja, naquele mês, quatro em cada dez óbitos foram causados pela nova doença.

Em junho, as mortes por Covid-19 começaram a cair. Foram 2.045, de acordo com o IntegraSUS, que contribuíram para inflar os números gerais para 6.625. Nos meses seguintes, até dezembro, a média voltou a decrescer e oscilou em torno de 5 mil.

Com informações do Diário do Nordeste.