segunda-feira, 31 de maio de 2021

Chuva no Ceará fica mais de 10% abaixo da média na quadra chuvosa; nível dos açudes é de alerta

A quadra chuvosa deste ano – período correspondido entre os meses de fevereiro a maio – teve precipitações abaixo da média, no Ceará. Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), choveu o acumulado de 533.7 milímetros. Os dados são parciais e podem sofrer atualização. O volume é 11,2% menor que a normal climatológica para o período (600.7 mm).

Nesta última década, apenas em três anos a quadra chuvosa teve pluviometria acima da média: 2020 (728.6 mm), 2019 (671.9 mm) e 2011 (652.5 mm). Neste intervalo, o ano com menor volume de chuva, ainda conforme a Funceme, foi 2016 (317 mm).

Apesar de o volume de chuva ser inferior à normal climatológica para o quadrimestre (600.7 mm), o acumulado está na margem que a Funceme considera ser "em torno da média". Segundo o órgão, volumes superiores a 695.8 milímetros são considerados “acima da média”.

Já quando o acumulado pluviométrico fica entre 505.6 mm e 695.8 mm, o quadrimestre pode ser analisado como “em torno da média”. Quando o observado é menor que 505.6 mm, considera-se que a quadra chuvosa foi “abaixo da média”.

Reservatórios

As chuvas irregulares e mal distribuídas não contribuíram para uma recarga significativa nos reservatórios cearenses. Atualmente, o volume médio dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) é de 30%.

Este volume é inferior ao índice registrado em 31 de maio do ano passado, quando o volume médio dos reservatórios era de 34%. Mas, é superior ao índice de 31 de maio de 2019, com o nível era 27,8%. Os dados foram extraídos às 14h28 do portal hidrológico da Cogerh.

31 de maio de 2021: 30%

31 de maio de 2020: 24%

31 de maio de 2019: 27,8%

O Diário do Nordeste solicitou, à Cogerh, o volume hídrico dos açudes ao fim da quadra chuvosa dos últimos dez anos. A reportagem questionou ainda se o atual volume representa algum estado de alerta e se as águas da Transposição do Rio São Francisco trarão recarga substancial ao Açude Castanhão no segundo semestre deste ano. No entanto, a assessoria da Cogerh limitou-se a dizer que "informações serão prestadas durante coletiva" a ser realizada na próxima quarta-feira (2).

Ainda conforme o portal hidrológico do órgão, o Castanhão, maior reservatório cearense, acumula apenas 13,04%. Em 31 de maio do ano passado, o volume era de 16,02%.O reservatório é o responsável pelo abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) e Vale do Jaguaribe.

Açudes sangrando:

:Itapebussu, Faé, Diamantino II, Germinal, Tijuquinha, Angicos, São Vicente, Quandú, Várzea da Volta, Quincoé, Tucunduba, Sobral e Acaraú Mirim.

Açudes no volume morto:

Barra Velha, Cipoada, Joaquim Távora, Pompeu Sobrinho, Potiretama, São Domingos, Sousa, Trapiá II e Várzea do Boi.

Açudes secos:

Adauto Bezerra, Forquilha II, Madeiro, Mons. Tabosa, Pirabibu e Salão.

Com informações do Diário do Nordeste.