Seu Francisco tem 83 anos e 11 filhos, mas talvez este seja o primeiro Dia dos Pais que ele vai passar com a sensação do próprio renascimento. Em julho, a Covid-19 bateu na porta de casa e acometeu primeiro a esposa, Maria Cilene, 69 anos; depois um dos descendentes, Adriano Silva dos Santos, 48 anos, e, por fim, ele mesmo.
Todos precisaram se deslocar da cidade-natal, Viçosa do Ceará, até a Santa Casa de Misericórdia de Sobral, a 123 km do município de origem, para tratar a doença.
A primeira a se recuperar foi a dona Maria Cilene, em 21 de julho. Pai e filho, por sua vez, ficaram internados na mesma Unidade de Terapia Intensiva até 4 de agosto, quando, juntos, receberam alta hospitalar.
“Passei seis dias em Sobral, mas, graças a Deus, me recuperei”, introduz seu Francisco. “Eu saí de casa com aquela falta de ar, mas, no outro dia, no hospital, já amanheci mais esperto. Fui procurando conversar com enfermeiros, perguntava as coisas, até que passou uns dias, fiz uma caminhada. Eles se admiraram muito de mim”, conta o agricultor aposentado.
Adriano deu entrada no hospital no dia 10 de julho, e teve um quadro mais grave que o dos pais. “Ele ainda está se recuperando, porque o negócio dele foi mais sério. Agora o meu foi leve, porque gosto de tomar muito remédio do mato. Quando começo a gripar, tomo logo mastruz com leite”, partilha seu Francisco, sobre essa mistura popularmente utilizada para ajudar no tratamento de doenças respiratórias, como bronquite e tuberculose.
Mas a família reconhece, sobretudo, o carinho e a assistência que recebeu dos profissionais da Santa Casa de Misericórdia de Sobral nessa fase. A unidade de saúde assiste 54 municípios da Região Norte do Ceará, terceira mais afetada pela doença no Estado.
“Agradeço a todos que cuidaram de mim e de meu pai com todo esforço e dedicação possível. Foram dias difíceis para todos nós, mas juntos vencemos”, orgulha-se Adriano, disposto a celebrar a saúde ao lado do pai nesse segundo domingo de agosto.
Com informações do Diário do Nordeste.
