Agricultores familiares
de 15 municípios do Sertão cearense estão apostando no cultivo da
cotonicultura orgânica. A ideia é formar zonas livres de agroquímicos.
Além de fomentar a renda entre produtores, a cultura tem mercado
promissor, uma vez que o Ceará atende menos de 5% da demanda para o
algodão orgânico no País, conforme a Associação de Desenvolvimento
Educacional e Cultura (Adec).
Colheita
Em apenas dois anos, os resultados já são visíveis na cidade de Boa Viagem. De acordo com o secretário de Agricultura do Município, Ronilson Abreu, a estimativa de colheita para 2020 é de 35 toneladas de rama de algodão (pluma e caroço). O volume é seis vezes superior ao registrado em 2018, quando o programa começou a ser implantado.
O grande diferencial deste tipo de cultura está na diversificação do plantio, preservando, assim, o solo. Em uma mesma área, o cultivo é feito consorciado com milho, gergelim, amendoim e feijão. A produtividade média do algodão ecológico, livre de agroquímicos, é de 500 kg.
O agrônomo e ambientalista Paulo Maciel observa que há um nicho muito favorável no mercado europeu que busca adquirir produtos de base agroecológica. A Alemanha, por exemplo, já sinalizou com o interesse na aquisição de redes do Ceará, segundo o núcleo produtivo dos municípios. A exigência é que elas sejam produzidas com algodão orgânico.
Paulo recorda que, no fim dos anos de 1990, o Ceará começou a assessorar essas técnicas, em regiões distintas, mas "apesar do êxito, a expansão foi lenta". O especialista explica que o cultivo orgânico demanda maior cuidado e tempo e, por isso, muitos produtores acabam pendendo para o modelo tradicional.
Estratégias
Para vencer, sem agrotóxicos, o ataque da principal praga do algodoeiro, o bicudo, uma das estratégias é distribuir as sementes em dezembro. "O algodão é resistente à escassez de água, por isso o ideal é plantar cedo, para crescer logo nas primeiras chuvas e assim conviver melhor com o bicudo", explica Abreu. "Outra medida obrigatória é fazer o chamado vazio sanitário, que é arrancar e queimar os restos culturais em novembro para evitar abrigo e criadouros de bicudo".
Uma das instituições que presta auxílio técnico aos produtores é a Adec. É ela também quem compra toda a produção de Boa Viagem, Tauá, Parambu, Independência e de Novo Oriente. O produto é, então, revendido para duas empresas: a francesa Vert Trade e para a Cooperativa Justa Trama, do Rio Grande do Sul. Juntos, eles devem produzir 100t nesta safra. "Será uma das melhores", pontuou o presidente da Adec, Manoel Loiola de Sena. No ano passado foram 38t. O aumento se dá pela adesão de novos produtores.
Os outros 10 municípios - Ararendá, Catunda, Choró, Crateús, Monsenhor Tabosa, Nova Russas, Quixadá, Quixeramobim, Santa Quitéria e Tamboril - fazem comercialização consorciada para empresas da região sudeste do País.
Com informações do Diário do Nordeste.
Colheita
Em apenas dois anos, os resultados já são visíveis na cidade de Boa Viagem. De acordo com o secretário de Agricultura do Município, Ronilson Abreu, a estimativa de colheita para 2020 é de 35 toneladas de rama de algodão (pluma e caroço). O volume é seis vezes superior ao registrado em 2018, quando o programa começou a ser implantado.
O grande diferencial deste tipo de cultura está na diversificação do plantio, preservando, assim, o solo. Em uma mesma área, o cultivo é feito consorciado com milho, gergelim, amendoim e feijão. A produtividade média do algodão ecológico, livre de agroquímicos, é de 500 kg.
O agrônomo e ambientalista Paulo Maciel observa que há um nicho muito favorável no mercado europeu que busca adquirir produtos de base agroecológica. A Alemanha, por exemplo, já sinalizou com o interesse na aquisição de redes do Ceará, segundo o núcleo produtivo dos municípios. A exigência é que elas sejam produzidas com algodão orgânico.
Paulo recorda que, no fim dos anos de 1990, o Ceará começou a assessorar essas técnicas, em regiões distintas, mas "apesar do êxito, a expansão foi lenta". O especialista explica que o cultivo orgânico demanda maior cuidado e tempo e, por isso, muitos produtores acabam pendendo para o modelo tradicional.
Estratégias
Para vencer, sem agrotóxicos, o ataque da principal praga do algodoeiro, o bicudo, uma das estratégias é distribuir as sementes em dezembro. "O algodão é resistente à escassez de água, por isso o ideal é plantar cedo, para crescer logo nas primeiras chuvas e assim conviver melhor com o bicudo", explica Abreu. "Outra medida obrigatória é fazer o chamado vazio sanitário, que é arrancar e queimar os restos culturais em novembro para evitar abrigo e criadouros de bicudo".
Uma das instituições que presta auxílio técnico aos produtores é a Adec. É ela também quem compra toda a produção de Boa Viagem, Tauá, Parambu, Independência e de Novo Oriente. O produto é, então, revendido para duas empresas: a francesa Vert Trade e para a Cooperativa Justa Trama, do Rio Grande do Sul. Juntos, eles devem produzir 100t nesta safra. "Será uma das melhores", pontuou o presidente da Adec, Manoel Loiola de Sena. No ano passado foram 38t. O aumento se dá pela adesão de novos produtores.
Os outros 10 municípios - Ararendá, Catunda, Choró, Crateús, Monsenhor Tabosa, Nova Russas, Quixadá, Quixeramobim, Santa Quitéria e Tamboril - fazem comercialização consorciada para empresas da região sudeste do País.
Com informações do Diário do Nordeste.