Em parceria com sua esposa, Lauryanne Maria Monteiro, 25, responsável por financiar parte dos equipamentos, conseguiu elaborar duas próteses mecânicas. Em 2015, começou a construção do primeiro equipamento, levando cerca de dois anos para finalizá-lo. Neste ano, a segunda prótese, mais avançada, foi construída em um período de aproximadamente 6 meses.
Conforme o projetista de hardware, próteses mecânicas do membro superior podem custar entre 7 a 9 mil reais no Brasil, uma vez que muitas são importadas da Europa. Porém, com o uso da impressora 3D, acredita ser possível reduzir o custo para cerca de mil reais, a depender do nível de complexidade da peça.
Durante a fase de teste, a eficiência da prótese será analisada a partir da experiência de uso do lutador de MMA, Marney Maxx. O equipamento, para atividades diárias, aguarda somente a avaliação de possíveis correções.
O projeto foi desenvolvido na casa de Lessanio, em um espaço próprio de trabalho. Para construir a prótese, ele pediu a fabricação das placas na China, e a impressora 3D fez as peças de mecânica. Depois, ele montou e fez o design, de acordo com as melhorias destacadas por Marney.
“O que eu desenvolvo pode provocar uma mudança de vida na pessoa. Trazer uma qualidade de vida, a pessoa pode se ver de uma outra maneira”, finaliza.
Aprendizado
Quando surgiu o desejo de construir próteses, Lessanio não tinha qualquer formação sobre o assunto, precisando elaborar o projeto do zero. Foi no Laboratório de Ensaios Mecânicos (LEM), do IFCE, que Lessanio aprendeu os principais conceitos da prática. “Os bolsistas me ensinaram os conceitos de impressão 3D e pude conhecer e me aprimorar mais”, explica.
“A maior dificuldade que encontrei foi porque eu tive que adquirir todo o conhecimento na parte de mecânica, eletrônica e de impressão 3D. Não tinha conhecimentos necessários para fazer isso”, aponta o jovem.
Por isso, em sua primeira tentativa, demorou um tempo muito maior na construção. Agora, seu equipamento conta com um conjunto mecânico e eletrônico, utilizando um sensor de contração muscular para a prótese realizar certos movimentos, como o fechamento de dedos.
Crescimento conjunto
A estudante em engenharia ambiental Lauryanne Maria conheceu o marido no começo da adolescência. Estando juntos há mais de dez anos, compartilha que a paixão por criar e desenvolver equipamentos mecânicos sempre foi traço presente na personalidade dele. Então, quando conseguiu entregar a prótese, após mais de 5 anos se dedicando quase integralmente ao projeto, ela sentiu grande orgulho.
“A gente ficou muito realizado. Quando a gente viu o projeto finalizado, foi uma coisa muito especial para a gente, que a gente quis comemorar esse momento por ser tão significativo para a nossa vida”, diz Lauryanne.
Para ela, o mais importante é perceber a capacidade da ideia de impactar positivamente no cotidiano de outras pessoas, possibilitando uma melhora na qualidade de vida. Ambos desejam seguir com a construção de próteses, buscando ajudar um número ainda maior de pessoas.
Serviço
Para contribuir com o projeto, o contato pode ser feito pelo número (85) 99294.5801 ou pelo e-mail lessaniooliveira@gmail.com.
Com informações do Diário do Nordeste.