quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Gado sofre com a escassez de água e alimento no sertão do Ceará

O gado sai à procura de água e de pasto para sobreviver - Essa é uma cena comum no segundo semestre no sertão cearense

Nesta época do ano, com o tempo cada vez mais quente e seco, o rebanho bovino sofre com a falta de pastagem nativa e de água no sertão. Os criadores enfrentam desde 2012 dificuldades para manter os animais. O gado está magro.

Quem buscou alternativas como formação de silos para segurança alimentar e reduziu o número de animais ainda se mantém na atividade, mas o quadro é de dificuldades. A partir de junho, no sertão do Ceará, as chuvas ficam escassas até a chegada da pré-estação (dezembro e janeiro) que pode favorecer a formação da pastagem nativa (capim) para alimentar o rebanho. Até lá, é preciso, entretanto, fazer a travessia.

Quem percorre rodovias no sertão cearense observa os animais nas roças secas, quase sem mato, lambendo terra e pedras à procura de gramíneas. Nos Inhamuns, em Tauá e Arneiroz, por exemplo, o rebanho sofre com a falta de alimentação. Os criadores alegam falta de condições financeiras para comprar ração e capim para alimentar o rebanho. Alguns produtores levam os animais para pastar nas margens da rodovia.

De acordo com relato dos vaqueiros e dos próprios criadores, nos últimos sete anos houve morte e venda de animais mediante as dificuldades para alimentar o rebanho. Os produtores rurais mostram-se preocupados com os anúncios de que 2019 será mais um ano com chuvas abaixo da média histórica, de fevereiro a maio.

Tecnologias - Somente uma parte dos criadores investe em tecnologias alternativas de alimentação do rebanho, priorizando a formação de silos (armazenamento de capim ou de sorgo forrageiro) para ser usado no período de escassez.