domingo, 14 de janeiro de 2018

Em Fortaleza, Adolescente salva pai com técnica aprendida em curso de brigadista dos Bombeiros

Adolescente salvou pai de engasgo na véspera de Natal com técnica aprendida em curso de Brigadista dos Bombeiros (Foto: Arquivo Pessoal)

Na confraternização de Natal da família, no Bairro José Walter, em Fortaleza, Gabriel Souza Lima, 16, protagonizou uma cena que provocou desespero e alívio em todos. O pai dele, Leonardo Pereira Lima, 32, se engasgou com uma fruta durante o almoço e, já prestes a desmaiar, foi salvo pelo filho, que botou em prática uma técnica de primeiros socorros aprendida durante o Projeto Jovem Brigadista de Valor, do Corpo de Bombeiros do Ceará. A informação é do G1 Ceará.

Gabriel iniciou o curso, que tem duração de um ano, em agosto de 2017, quatro meses antes do incidente.

O adolescente conta que, inicialmente, todos pensaram ser brincadeira do pai, que se divertia contando histórias para os amigos no momento. “No começo, achamos que era brincadeira, mas quando ele começou a cair e ficar muito vermelho, aí todo mundo começou a se desesperar. Tudo aconteceu em poucos minutos”, lembra o filho.

Segundo o adolescente, o episódio modificou a relação dele com o pai. “Depois que isso aconteceu ele se aproximou mais de mim."

Heimlich

A técnica usada por Gabriel é chamada manobra de Heimlich, em que a pessoa se posiciona atrás do indivíduo engasgado e faz pressões fortes, com as mãos fechadas, acima do umbigo da vítima. Com os movimentos, o objeto que obstruía a respiração é expelido pela boca.

Segundo o tenente-coronel Barreto, comandante do Centro de Treinamento e Desenvolvimento Humano, do Corpo de Bombeiros, quem não tem conhecimento correto da técnica não consegue ter êxito na ação e não livra o indivíduo do engasgo. A prática incorreta também pode acabar provocando lesões nas costelas, por exemplo, alerta Barreto.

Gabriel diz que a manobra fica mais fácil quando feita por alguém de porte semelhante ao da pessoa engasgada, o que não é o caso dele e do pai. “Eu sou bem menor do que meu pai, e não sei de onde tirei forças pra fazer, mas graças a Deus deu certo”, comenta.

Tímido, Gabriel recorda a surpresa da família com a atitude dele. “Sempre fui muito fechado com minha família e com meu pai. Eu me mantive calmo e fiquei reparando a situação, minha mãe e minha avó estavam chorando desesperadas. Até que criei coragem e fiz a manobra aprendida no curso, que treinei várias vezes lá. Fiz até que deu certo e ele foi voltando ao normal aos poucos, recuperando a respiração.”