sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Menina escolhe irmão cadeirante como par da valsa de formatura do ABC em Iguatu

Uma história de amor fraternal vinda de Iguatu, a 342 quilômetros de Fortaleza, vem emocionando a internet neste fim de ano. Uma cadeira de rodas não foi suficiente para impedir que Maria Clara, de 6 anos, resolvesse dançar a valsa típica da formação de Doutor do ABC com o irmão Enzo, de 4 anos, que tem paralisia cerebral. A informação é do Tribuna do Ceará.

Ocorrida em 15 de dezembro último, a dança, registrada em vídeo e foto pela mãe das crianças, Débora Lavor, teve mais de 260 mil compartilhamentos e ultrapassou a marca de 14 milhões de visualizações somente no Facebook.

Confira:


A mãe dos dois, Débora Lavor, conta que, desde que viu a formatura do ABC de uma prima, Maria Clara decidiu que o irmão seria o seu padrinho. Débora confessa que sentiu um certo receio: afinal, Enzo requer muitos cuidados. Ele não fala, não anda, sequer se senta; só recentemente passou a comer por conta própria, embora ainda não mastigue.

“Eu esperava que ela fosse esquecer da ideia. Mas quando chegou a hora ela continuou”, lembra a mãe, que diz que nem a oferta de que o pai ou um primo dançasse a demoveu do desejo.

“Se não for ele, eu não participo. Eu tenho orgulho dele, quero mostrar que eu tenho um irmão”, Débora relembra as palavras de Maria Clara. E, assim, os dois dançaram a valsa, sem que nenhum ensaio sequer fosse feito.

Tratamento oneroso

Os irmãos são muito próximos, “apaixonados”, apesar de, atualmente, só se verem aos fins de semana, conta Débora. Enzo mora com os avós no Crato, a a 127 quilômetros de Iguatu, porque faz fisioterapia neurofuncional em Juazeiro do Norte.

Enzo teve apenas 24 semanas de gestação, devido à endometriose de Débora — condição que ela já apresentava quando deu à luz a Maria Clara, mas que, aqui, não resultou em intercorrência médica.

Desde então, começou um longo calvário para o garoto e sua família. O recém-nascido de apenas 900 gramas teve de passar 120 dias em unidade de tratamento intensivo (UTI). Foram 21 paradas cardíacas nesse período; ele também teve falência de órgãos, embolia pulmonar e precisou passar por hemodiálise. Após quatro cirurgias, finalmente, o quadro foi estabilizado.

A família conseguiu obter liminar judicial para continuar o tratamento em um plano de saúde particular. Os custos do tratamento, no entanto, continuam bastante onerosos, desabafa Débora. Não bastasse o deslocamento, o garoto tem necessidades especiais que fazem com que a conta de energia elétrica venha bastante cara.

Por isso, uma campanha virtual foi criada para arrecadar dinheiro para a família. Para ajudar, basta clicar no seguinte link.