segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Solidariedade: Mais de 1,6 mil pessoas se voluntariam para doar medula a menina de 6 anos

Uma campanha em busca de um doador de medula óssea levou mais de 1,6 mil pessoas a formar uma fila na porta do Centro Médico de Especialidades Médicas (Cemem) na cidade de Tatuí, em São Paulo, no último sábado (28). A iniciativa busca um doador compatível para a pequena Júlia Abrame de Oliveira, de 6 anos de idade, que foi diagnosticada com leucemia há quatro anos, como afirma a mãe da menina, Adriana Cristina Delalori Abrame de Oliveira, para o portal de notícias G1.

A campanha teve início quando os médicos identificaram que nem a irmã mais velha de Júlia seria compatível para o transplante. Então uma amiga de Adriana, que é enfermeira no centro médico, teve a ideia de realizar um mutirão para procurar um doador para a criança.

Contudo, de acordo com Adriana, o número de interessados em realizar ocadastro no banco de doadores ultrapassou as expectativas. “Estou emocionada com tanto amor e carinho das pessoas que se mobilizaram para ajudar uma criança, muitos nem a conhecem, mas deixaram de lado seus afazeres e enfrentaram uma fila para se cadastrar. Além dessas pessoas, recebi mensagem de outros estados e até da Argentina e Dubai, dizendo que fizeram o cadastro para ajudar a Júlia. Eu só tenho que agradecer”, conta emocionada.

Além das pessoas que se cadastraram, cerca de 400 possíveis doadores foram dispensados, pois os kits para coleta de sangue haviam acabado. "Por conta disto, uma nova campanha será organizada, porém ainda não temos uma data marcada”, explica a mãe de Júlia.

Após o cadastro, as amostras de sangue serão analisadas em laboratório e os voluntários serão inseridos no banco nacional de doadores de medula óssea. “Acredito que na próxima semana já temos os resultados, mas sei que vai dar tudo certo, não sei quais os planos de Deus, mas já está tudo planejado. A campanha foi para a Júlia, mas sei que isso vai ajudar também outras pessoas que aguardam por um doador compatível”, conclui Adriana.

Doença foi diagnosticada há quatro anos

A leucemia de Júlia foi diagnosticada quando a menina tinha apenas 2 anos, desde então ela tem sido submetida ao tratamento. A menina agora precisa do transplante para que possa continuar com as sessões de quimioterapia e radioterapia.

“Ao longo dos anos, com a quimioterapia e radioterapia, a medula da Júlia passou a não aguentar mais, tanto que ela não tem conseguido mais recuperar o funcionamento da medula no pós-quimioterapia. Quando ela recomeçou a fazer o tratamento ficou internada com a medula totalmente zerada nas funções. Nos informaram, então, sobre a necessidade do transplante e soubemos que a irmã mais nova, que tinha grandes chances de ser a doadora, não era totalmente compatível. Foi aí que começamos a incentivar o cadastro de doador de medula para achar alguém”, conta a mãe da menina.

De acordo com a oncologista Luíza Milare, que acompanha o tratamento de Júlia no Hospital do Grupo de Pesquisa e Assistência ao Câncer Infantil (Gpaci), em Sorocaba (SP), a menina precisa do transplante para continuar com o tratamento, já que seu organismo não responde mais com as sessões de quimio. Ainda segundo a médica, a chance de encontrar um doador fora da família é de 1 em 100 mil . Por isso, é importante incentivar o cadastro de doadores de medula.

Família mantém a fé

Com o mutirão, a família espera encontrar um doador para a menina. “A nossa esperança que nesse mutirão consigamos achar um doador. Temos fé que iremos achar e que tudo dará certo. Ela não pode esperar. Já está bem debilitada. Ela está em um banco nacional e também no internacional, mas nada até agora. O tratamento com quimioterapia pra ela já é inviável, já que a medula dela está cansada e há um excesso de droga no corpo. Temos que achar alguém”, diz a mãe.

Ainda de acordo com a mãe, Júlia também mantém a esperança de que dará tudo certo. “Ela é muito forte e apesar de tão nova e inocente, ela tem muita fé. Em todos esses dias difíceis que temos vivido, sempre ela tira uma de dentro dela que me fortalece. Ela diz: ‘mãe, eu vou vencer porque eu tenho Jesus e Ele é o médico dos médicos’. Fala sempre isso”, ressalta Adriana.

Doações podem ser feitas de qualquer lugar do país

É possível realizar cadastro no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) em qualquer hemocentrodo país. Para tanto, é necessário que o doador tenha entre 18 e 55 anos de idade e esteja em bom estado geral de saúde. Os interessados devem procurar o hemocentro de seu estado, onde será feito um cadastro e uma amostra de sangue será colhida. A partir de então o sangue será analisado em laboratório e as características genétivas cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade. Para mais informações consulte o site do REDOME.