domingo, 16 de outubro de 2016

Mais uma vez, o açude Orós vai socorrer a Região Metropolitana de Fortaleza

Está em operação a transferência de água do Orós para o Lima Campos, por galeria e túnel, na localidade de Guassussê, que atende a distritos e à cidade de Icó

Orós. O Açude Orós vai prolongar e assegurar o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Em setembro começou a operação de liberação de água com maior volume para o Rio Jaguaribe até o Castanhão e daí para a Capital. Nos próximos dias deverá ser ampliada a vazão de 10 para 16m3/s. O Castanhão acumula atualmente 6% e o Orós 19,8%.

No ano passado, mediante a possibilidade que se concretizou de mais um ano de chuvas abaixo da média, o governador Camilo Santana declarou que o Orós era uma reserva estratégica, que poderia ser usada no futuro. Agora é presente. No passado, em 1993, o então governador Ciro Gomes construiu, em tempo recorde, o Canal do Trabalhador que captou água do Orós no Rio Jaguaribe para salvar a população de Fortaleza de um iminente colapso de água.

Treze anos depois, o Ceará enfrenta o mais prolongado ciclo de seca desde 1910, segundo estudos do meteorologista David Ferran, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). As chuvas no Estado desde 2012 estão abaixo da média. Os reservatórios vêm secando e estão em um ponto crítico. "A situação é gravíssima", disse, nesta semana, em Iguatu, durante reunião extraordinária do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe, Gianni Lima, assessor da presidência da Cogerh.

A decisão de liberar água do Orós em maior quantidade foi definida em uma reunião ampla de alocação dos vales do Banabuiú, Jaguaribe e Metropolitana, realizada em julho, em Limoeiro do Norte. "Já era uma decisão de governo", questiona Paulo Landim, integrante do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe. "Essa é a terceira vez Orós libera água para a RMF sem que o governo dê uma compensação para os produtores (agricultores, piscicultores)", acrescentou.

O temor de Landim e dos produtores rurais é que, em fevereiro, o volume do Orós caia para 9%, segundo estimativa da Cogerh, inviabilizando a produção de tilápia e outras atividades. "A água ficará imprópria para o consumo humano, sem falar nos prejuízos que os produtores vão enfrentar", disse.


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