sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Endividamento das famílias brasileiras chega a 49,3% da renda anual

Foto Marcello Casal Jr | Agência Brasil)
Dados divulgados pelo Banco Central (BC) apontam que o endividamento das famílias brasileiras chegou a 49,3% da renda anual, enquanto o comprometimento mensal com dívidas subiu para 29,4%. Os juros do crédito livre para pessoas físicas, por sua vez, atingiram o patamar de 59,4% ao ano, um dos fatores que justificam a perda de fôlego do crédito.

Na prática, isso significa que quase metade da renda anual das famílias corresponde a dívidas como financiamentos, empréstimos e uso do cartão de crédito. Mesmo com esse aperto no orçamento, o volume total de crédito às famílias continuou crescendo.

Em novembro, o chamado crédito ampliado às pessoas físicas somou R$ 4,7 trilhões, o equivalente a 37,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse avanço indica que muitas famílias ainda recorrem ao crédito, seja para manter o consumo, seja para reorganizar dívidas antigas, mesmo diante de condições mais caras.

Crescimento vem perdendo intensidade

O problema é que esse crescimento vem perdendo intensidade. O estoque total de crédito do Sistema Financeiro Nacional avançou 9,5% em 12 meses, ritmo menor do que o observado anteriormente (10,2%). Essa desaceleração mostra que tanto consumidores quanto empresas estão mais cautelosos na hora de assumir novos compromissos financeiros.

Entre as empresas, o movimento é ainda mais contido. O crédito ampliado às companhias alcançou R$ 6,8 trilhões, o equivalente a 53,8% do PIB, mas praticamente não cresceu no mês. Em 12 meses, a alta foi de 4,8%, puxada principalmente pela emissão de títulos de dívida, o que sugere que muitas empresas têm buscado alternativas fora do crédito bancário tradicional.

A redução do apetite por crédito aparece de forma clara quando se observam as concessões, que representam os novos empréstimos efetivamente contratados. Em novembro, essas operações somaram R$ 637,5 bilhões, uma queda de 6,6% em relação ao mês anterior. Mesmo após ajustes estatísticos, houve recuo tanto nas operações com famílias quanto com empresas, sinalizando menor demanda por crédito novo.

Com informações do Site Extra.