sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Alunos do interior do Ceará usam inteligência artificial para auxiliar diagnóstico precoce de Alzheimer

Foto Gorodenkoff/Shutterstock.
É de Cedro, cidade cearense a 400 km de Fortaleza, que o Ceará pode ver surgir mais uma ferramenta inovadora para a área da saúde. Estudo de alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) mostra que a inteligência artificial (IA) pode auxiliar médicos no diagnóstico precoce do Alzheimer.

Os estudantes “ensinaram” a IA, por “deep learning” (quando a inteligência aprende “sozinha”, a partir de dados fornecidos), a analisar imagens de ressonâncias magnéticas (RM) do cérebro e encontrar sinais iniciais da demência.

A IA avalia os exames, percebe alterações e sugere aos profissionais de saúde pontos de preocupação, facilitando a identificação do Alzheimer.

O trabalho foi desenvolvido pelos estudantes Amanda do Nascimento Correia, Daniel Teixeira da Silva, Francisco Erivando Bezerra Barbosa e Maria Danielly Benício de Araújo, sob orientação dos professores Michael Lopes Bastos e Francisca Jamires da Costa, do curso de Sistemas de Informação do IFCE Cedro.

A análise detalhada das imagens de RM, incluindo a anotação de regiões com possíveis alterações cerebrais, “possibilitou uma avaliação minuciosa das modificações induzidas pela Doença de Alzheimer”, destacam os alunos, em documento assinado coletivamente.

A ideia surgiu na disciplina de Processamento Digital de Imagem (PDI), que estimula os estudantes a identificar problemas do cotidiano que podem ser resolvidos usando as tecnologias estudadas nas aulas – e as técnicas de IA estão entre elas, como explica o professor Michael Lopes.

Focar no Alzheimer, contudo, foi motivação além da ciência: a avó de uma das alunas que assinam o trabalho convive com a doença. “A partir disso, identificamos essa necessidade de unirmos as tecnologias da disciplina com esse problema”, justifica o docente.

O estudo iniciou com o levantamento de bases de dados relacionadas ao assunto. No processo, os alunos encontraram “uma pesquisa internacional mais longeva, em que os pesquisadores pegaram imagens de ressonâncias magnéticas de longo período para identificar o mais previamente possível o Alzheimer”.

“É algo similar a essa pesquisa, mas tentando adicionar mais algumas técnicas de PDI. A ideia é que isso possa ser feito no futuro: pegar imagens de mais tempo. Técnicas que possam enfatizar mais ainda as lesões que possam ser identificadas”, explica Michael.

Com informações do Diário do Nordeste.