quarta-feira, 5 de novembro de 2025

Crise no setor de energias renováveis provoca até 6 mil demissões no Ceará

Foto Thiago Gadelha
Especialistas apontam que o setor de energias renováveis brasileiro vem enfrentando uma crise, e o Ceará é um dos estados mais afetados. Além das perdas energéticas milionárias, o cenário afeta uma seara igualmente significativa: o fator humano. 

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Ceará (Sindmetal-CE), Francisco Silveira, entre 2024 e 2025 houve de cinco a seis mil demissões no setor, somando os desligamentos nas empresas Aeris, Vestas e outros empreendimentos. Os cargos, de profissionais ligados ao sindicato, variam desde chão de fábrica até o setor administrativo.

Para o consultor em energias e sócio fundador da empresa Energo Soluções em Energias, Adão Linhares, existe um aumento perceptível nas demissões industriais da área no Estado, sendo o acréscimo no desemprego no setor industrial de componentes eólicos um dos efeitos mais imediatos do cenário.

“Essa crise tem impacto direto no emprego no setor, com possibilidade de aumento nas demissões, especialmente pela paralisação de novos contratos e projetos. Isso representa o maior desaquecimento desde os anos 2000”, alerta.

Conforme noticiado pelo Diário do Nordeste, desde 2024, a Aeris Energy já demitiu mais de 5 mil funcionários ao longo da crise no setor, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do Ceará (Sindmetal-CE). A fabricante brasileira de pás utilizadas em geradores de energia eólica está localizada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP).

Já em outubro deste ano, a Vestas, maior fabricante de turbinas eólicas do mundo, realizou 41 demissões em sua planta em Aquiraz.

A nível nacional, um levantamento da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) estima que o setor eólico perdeu cerca de 10.000 empregos diretos entre 2024 e 2025, com risco de aumentar nos próximos meses e em 2026, caso novos contratos não sejam fechados. Os números consideram todas as etapas da cadeia de fabricação.

Com informações do Diário do Nordeste.