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| Foto Diário do Nordeste |
A chegada da velhice traz consigo mudança de hábitos, prioridades e padrões de consumo. Nessa fase da vida, gastos com assistência médica tendem a ser mais recorrentes e a lista de compras na farmácia costuma aumentar.
Por outro lado, com o orçamento apertado e a aposentadoria dificilmente cobrindo mais do que as necessidades básicas, torna-se um grande desafio para a população idosa fechar as contas no fim do mês.
Nesse contexto, atividades gratuitas ou de custo mais baixo proporcionam o acesso a serviços e aliviam o orçamento, bem como permitem socialização e lazer para a terceira idade.
Além disso, preenchem uma lacuna ainda pouco explorada na economia prateada, segmento voltado ao público com 50 anos ou mais.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Ceará tem cerca de 2,6 milhões de residentes com 50 anos (prestes a entrar na terceira idade) ou mais. Em 2070, ainda segundo o IBGE, quase 40% da população do Estado será de idosos.
Diante desse cenário, a implementação de políticas públicas coordenadas será fundamental para atender às necessidades da população idosa. Até que essas medidas sejam efetivamente adotadas, programas acessíveis, como clínicas de saúde, serviços de terapia e atividades físicas, têm um papel relevante no complemento dessas ações.
A "economia prateada" ou "silver economy" é o mercado de produtos e serviços para pessoas com 50 anos ou mais.
Julio Alfredo Racchumi Romero, doutor em Demografia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que, apesar de avanços como o Estatuto da Pessoa Idosa, o Brasil ainda precisa de muitas mudanças quando se trata de qualidade de vida da pessoa idosa.
"Acredito que existem muitos especialistas em diferentes setores da sociedade que podem vir a ser convidados para pensar em planos, programas e políticas que façam frente a esse cenário. E não só na saúde, mas em educação, mercado de trabalho, lazer, infraestrutura urbana e tecnologia", avalia o professor.
Ele reforça que a palavra-chave para essa reflexão é acessibilidade e destaca que a desigualdade está relacionada a esse cenário. "Precisamos de serviços acessíveis que possam apoiar e ajudar, nos diferentes setores, com políticas públicas equitativas e sustentáveis, porque a nossa sociedade é desigual", observa.
Com informações do Diário do Nordeste.
