sábado, 2 de agosto de 2025

Paciente transforma internação hospitalar em jornada de criação com materiais recicláveis, no Ceará

Foto Thiago Freitas / Sesa / HGCC
A internação hospitalar costuma ser um período difícil: a rotina se desfaz, o medo se aproxima e o corpo exige cuidados. Mas Cleson Felipe Martins, de 51 anos, transformou sua recuperação em um processo criativo. 

No artesanato, encontrou força para seguir em frente. Com materiais recicláveis — como papelão, papel, equipos de soro, travas e outros itens — ele deu forma a barcos, helicópteros, capelas e carros, todos feitos com as próprias mãos.

Morador do bairro Cais do Porto, em Fortaleza, Cleson esteve internado no Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC) desde o dia 28 de junho deste ano. Diagnosticado com anemia grave, apresentava sintomas como cansaço extremo nas pernas, fraqueza e desânimo. A gravidade do quadro exigiu um mês de internação.

Uma descoberta espontânea

Ele conta que nunca havia feito nenhum tipo de artesanato antes. O primeiro contato com a prática veio de forma espontânea, pela necessidade de se distrair. “Eu vi umas caixas de papelão jogadas e pensei: será que consigo fazer alguma coisa?”, lembra.

“Comecei desenhando, cortando, errando… ficava feio no começo. Mas fui me aperfeiçoando. Minha saúde foi melhorando junto com o artesanato.”

Antes da internação, Cleson teve uma trajetória profissional marcada por diferentes experiências. Segundo a família, ele foi um surfista de destaque, tendo competido e vencido campeonatos, ao lado de nomes consagrados como Tita Tavares. Além de enfrentar uma grave anemia, também superou a dependência química — um desafio que por anos consumiu sua saúde e seu tempo.

“Hoje, nos orgulhamos não só do artista que ele é, mas da pessoa boa que sempre foi, e que agora está voltando a ser”, afirma, com alegria, o irmão Wesley Felipe.

Ele destaca ainda o impacto da arte na recuperação de Cleson: “O mais emocionante foi ver como, mesmo num ambiente tão difícil, ele encontrou forças para usar a arte como cura. E o mais bonito: passou a criar com material reciclável, dando nova vida ao que seria descartado — assim como estava fazendo com a própria história. Ver ele reencontrando seu valor através da arte foi emocionante para toda a família.”

Com informações do O Povo.