quinta-feira, 31 de julho de 2025

Mesmo sem o aumento nas tarifas para o aço, Ceará pode perder pelo menos R$ 1,6 bilhão

Foto Davi Rocha/Diário do Nordeste
O presidente estadunidense Donald Trump retirou o aço, principal item das exportações cearenses para os Estados Unidos, da lista de produtos sujeitos a tarifas. No entanto, manteve as taxas sobre o setor de calçados e o agronegócio brasileiro. Com isso, o tarifaço mantém os impactos negativos diretos na economia do Ceará.

Apenas com as exportações de produtos como cera de carnaúba, frutas e pescados, estima-se que o Estado poderá deixar de comercializar cerca de R$ 1,6 bilhão com o mercado norte-americano. A previsão é do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (Faec), Amílcar Silveira.

Nessa última quarta-feira (30), Trump assinou o decreto que impõe uma alíquota adicional para as exportações brasileiras, chegando a 50%, mas 694 produtos foram isentos. Isso inclui aço e alumínio, principais itens vendidos pelo Ceará para os EUA.

Em compensação, calçados e a maioria dos agronegócios cearenses foram sobretaxados.
O que muda agora para o Ceará?

De modo geral, produtos siderúrgicos corresponderam a 50% das exportações cearenses no primeiro semestre deste ano. Por isso, havia preocupação com a possibilidade de taxação desse setor. Como ele ficou de fora, o impacto negativo para o Ceará tende a ser menor.

O ferro e aço escaparam do tarifaço porque já está em vigor uma sobretaxa de 50% sobre esses produtos desde o início do ano. Para o economista e professor João Mário de França, da Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Ceará (UFC), isso é um dos 'poucos' pontos positivos da sobretaxação.

"Essa mudança foi muito benéfica para a economia cearense, já que de janeiro a junho de 2025 do valor total exportado para os EUA, os produtos de ferro ou aço representavam mais da metade desse total. Isso representa um alívio para a indústria siderúrgica que já buscava formas alternativas de escapar de possíveis prejuízos de contratos já em andamento que com essa sobretaxa poderiam ser cancelados", considera o especialista.

Com informações do Diário do Nordeste.