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| Foto João Lavor / TLSA |
A cidade de Iguatu foi confirmada como o primeiro ponto de operação da Ferrovia Transnordestina. A informação foi dada pelo presidente da Transnordestina Logística S.A. (TLSA), Tufi Daher Filho, em entrevista ao Diário do Nordeste.
Segundo ele, o terminal intermodal em construção no município será o primeiro a operar, ainda que em fase de comissionamento, até o fim de 2025.
O terminal, que não pertence à TLSA, está sendo erguido em uma área de 8 hectares na Fazenda Cedrinho, ao lado da linha férrea. A estrutura é um investimento 100% privado, sob responsabilidade dos empresários locais Eugério Queiroz e Renato Maia, que formalizaram contrato com a concessionária anunciado em novembro de 2024, por meio da empresa Terminal Logístico de Iguatu (TLI).
Localização estratégica
A escolha de Iguatu como ponto inicial da operação ferroviária não é por acaso. A região possui localização estratégica, situada entre grandes áreas produtoras e polos consumidores. O terminal será responsável pela recepção, armazenamento e distribuição de grãos, especialmente milho, soja e farelo de soja, com capacidade inicial estimada em 200 mil toneladas por ano.
“Iguatu vai ser, na nossa visão, a primeira estrutura intermodal para o transporte de grãos que vai sair do Piauí. Vai chegar em Iguatu para abastecer toda aquela bacia leiteira, aquelas granjas da região”, afirmou Tufi Daher Filho.
Apesar de ainda estar em fase de implantação, parte da operação do terminal já ocorre de forma provisória. Diariamente, o local tem recebido brita transportada por trechos já finalizados da ferrovia. A estimativa é de que toda a estrutura – que contará com silos, galpões, depósitos subterrâneos, escritórios e área de descarga – esteja finalizada até o final de 2025.
A Ferrovia Transnordestina está em construção e ligará São Miguel do Fidalgo, no Piauí, ao Porto do Pecém, no Ceará, com mais de 1.200 km de extensão. No território cearense, trechos entre a divisa com Pernambuco e Acopiara já estão concluídos, e os demais seguem em diferentes fases de construção e montagem.
O terminal de Iguatu se diferencia por ser intermodal, ou seja, embora não tenha estrutura alfandegária como os chamados “portos secos”, sua função é integrar modais de transporte (ferroviário e rodoviário), oferecendo mais agilidade e eficiência logística para escoamento de produtos agrícolas. Ele funcionará como uma ponte entre os grãos produzidos no Piauí e o mercado consumidor do interior do Ceará.
No mapa
Com o avanço das obras e a inauguração da ferrovia prevista para o final de 2025, a estrutura privada de Iguatu deve funcionar como modelo para outras iniciativas logísticas ao longo da Transnordestina.
A construção do terminal pode representar uma virada para o setor produtivo da região. Além de reduzir custos logísticos, a operação ferroviária deverá impulsionar a economia local e transformar Iguatu em um hub logístico regional, fortalecendo sua importância no escoamento da produção agrícola e na recepção de insumos.
Apesar do investimento ter seu valor mantido sob sigilo, por cláusulas contratuais, fontes próximas ao projeto confirmam que se trata de um empreendimento de alto valor milionário.
A cidade de Iguatu passa, assim, a figurar entre os principais pontos da nova malha ferroviária nordestina, que também prevê terminais em Quixeramobim, Missão Velha e, futuramente, um grande centro logístico no Porto do Pecém, este último de responsabilidade direta da TLSA.
Com informações do Jornal A Praça.
