terça-feira, 29 de julho de 2025

Ceará registra 22 vítimas de trabalhos similares à escravidão em 2024

Foto Divulgação
Cerca de 50 milhões de pessoas vivem em condições de escravidão moderna no mundo. Destes, 28 milhões estão em situação de trabalhos forçados e uma, a cada oito vítimas, é criança. É o que apontam dados da Organização das Nações Unidas (ONU).  

Conforme a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério Público do Trabalho (CONAETE), no Ceará, em 2024, foram resgatadas 22 vítimas de trabalhos similares à escravidão.

As localidades e o número de trabalhadores resgatados foram Eusébio (12), Jaguaruana (9) e Aracati (1).

Na plataforma SmartLab, consta que, de 2010 a 2022, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) 457 casos de tráfico de pessoas no Ceará, sendo 67 ocorridos apenas no ano de 2022. Além disso, em 2024, foram resgatados 1434 trabalhadores e trabalhadoras em condições análogas à escravidão no Brasil.

FORÇA TAREFA

Os resgates resultaram da atuação nacional de 203 forças-tarefas, integradas pelo MPT, as quais tiveram maior predominância nos estados de São Paulo (31), Minas Gerais (28) e Rio Grande do Sul (17).

Apenas no 1° semestre deste ano, já foram realizadas 73 forças-tarefas, resgatados 331 trabalhadores e trabalhadoras e firmados 89 Termos de Ajuste de Conduta (TACs).

Nos locais de resgate, costuma haver oferta intermitente de postos de trabalho em ocupações que pagam os menores salários e exigem pouca ou nenhuma qualificação profissional, ou educação formal.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE), Christiane Vieira Nogueira, ressalta a importância da data e da atuação institucional no combate ao tráfico de pessoas.

“O 30 de julho chama atenção para uma problemática ainda existente e aliada às formas de trabalho escravo contemporâneo, que é o tráfico de pessoas. No entanto, é preciso, além da conscientização e prevenção, garantir meios de proteção aos resgatados e acesso a direitos, como educação, trabalho, saúde, renda”, destacou.

Em 30 de julho é marcado o Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, que busca conscientizar a sociedade sobre o modo como pessoas são recrutadas, por meio de ameaças ou outras formas de coerção, para trabalhos análogos à escravidão, exploração sexual, remoção de órgãos e outras práticas ilícitas.

Com informações do Site Opinião CE.