terça-feira, 3 de junho de 2025

Professor descobre nova espécie de minicacto no sertão do Ceará, mas planta já tem risco de extinção

Foto Acervo do pesquisador Marcelo Teles
Uma nova espécie de cacto, menor do que outros mais comuns no Ceará, foi descoberta durante uma expedição de pesquisadores botânicos ao sertão do Estado. Embora a descoberta tenha sido animadora, a planta já foi considerada ameaçada de extinção por conta de sua ocorrência restrita a poucas localidades.

A espécie foi batizada de Tacinga mirim - esta segunda palavra, na língua indígena nheengatu, quer dizer “pequena” - e é classificada como uma versão em miniatura da Tacinga palmadora, conhecida no Nordeste como palmatória. Essa confusão inicial, inclusive, foi o motivo de ela não ter sido catalogada antes.

Em 2009, durante um inventário botânico em Santa Quitéria, um grupo de pesquisadores se deparou pela primeira vez com o cacto de menos de um metro de altura. Na época, porém, eles o identificaram equivocadamente como o T. palmadora.

Já em dezembro de 2022, outra viagem percorreu Santa Quitéria, Canindé e áreas adjacentes. Nas duas expedições, estava o biólogo Marcelo Oliveira Teles de Menezes, professor do campus Fortaleza do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).

Segundo ele, a nova espécie catalogada “sempre foi conhecida pelos povos originários e comunidades tradicionais da região”, mas cientificamente só foi estudada pela primeira vez há 13 anos - e mesmo assim confundida com a palmatória.

Em 2021, o botânico britânico Nigel Taylor, que promoveu a expedição de 2009, estava revisando dados dos cactos brasileiros e cogitou pela primeira vez que as plantas de Santa Quitéria poderiam pertencer a uma espécie diferente.

“Entramos em acordo que seria interessante reavaliar a identidade delas de forma mais criteriosa. Somente no fim de 2022, a mesma população estudada anteriormente foi revisitada para sanar essa dúvida”, explica Marcelo.

Com informações do Diário do Nordeste.