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Foto Natinho Rodrigues/ Opinião CE |
Neste último mês de maio, o Ceará registrou a segunda alta consecutiva no número de inadimplentes. O crescimento foi de 5,4% na comparação com o mesmo mês de 2024. Apesar da elevação, ela se mantém abaixo da média nacional, que avançou 6,28% no mesmo período.
Os dados são do Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, divulgado pelo SPC Brasil e pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE).
Conforme o levantamento, 32,1% dos negativados no Estado têm dívidas de até R$ 500. Isso significa que, para quase um terço dos inadimplentes, uma renegociação ou pequenos ajustes no orçamento poderiam representar um caminho para a regularização da situação financeira.
O valor médio das dívidas, no entanto, teve alta, chegando a R$ 4.370. O número total de dívidas — relações CPF-CNPJ em atraso — cresceu ainda mais do que o de devedores, com alta de 9,7%. Ou seja, muitos consumidores continuam acumulando novas pendências mesmo já estando inadimplentes.
O setor bancário concentra a maioria das dívidas (60,5%), o que pode indicar dificuldades com empréstimos, cartões de crédito e financiamentos. Outro destaque preocupante é a presença do setor de água e luz como credor de 17,1% das dívidas — um percentual alto, considerando que se trata de serviços básicos.
Outro dado que aponta para a persistência da inadimplência é o índice de reincidência: 85% dos consumidores negativados em maio já estiveram nessa situação ao menos uma vez nos últimos 12 meses. Ainda assim, a predominância de dívidas de menor valor pode representar uma oportunidade.
Segundo o presidente da FCDL-CE, Freitas Cordeiro, embora a inadimplência ainda se faça presente em patamar preocupante, com incremento no número de negativados, é lícito antever que o fortalecimento do crédito e a elevação da renda tendem a mitigar tais fragilidades ao longo do próximo semestre.
“Políticas públicas de renegociação, feirões de crédito e programas de educação financeira podem ser instrumentos eficazes para auxiliar uma parte expressiva da população a sair da lista de inadimplentes, retomando o consumo e reequilibrando o orçamento familiar”, comentou o presidente.
Com informações do Site Opinião CE.