terça-feira, 17 de junho de 2025

Além de Milhã, mais 3 cidades do Ceará podem ‘colapsar’ por falta de água até outubro

Foto Kid Júnior
A quadra chuvosa de 2025 trouxe alívio para as reservas hídricas de diversas regiões do Ceará. Contudo, embora o Sistema Integrado da Região Metropolitana de Fortaleza esteja com mais de 90% de sua capacidade, há municípios que enfrentam situações críticas, como Milhã, que já implantou um sistema de rodízio. Além dela, mais três cidades podem “colapsar” até o mês de outubro.

São elas: Umari, Ipaumirim e Baixio, na região Centro-Sul do Ceará. A informação foi dada pelo titular da Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH), Fernando Santana, em entrevista à Verdinha FM 92.5, na manhã desta terça-feira (17).

“As três cidades estão juntas clamando muito e muito preocupadas porque o reservatório que abastecia lá secou. A lâmina d'água hoje não dá pra tratar, a água não é mais de qualidade”, aponta o secretário.

O reservatório em questão é o Jenipapeiro II, localizado em Baixio. Com volume para “apenas” 1,66 milhão de metros cúbicos, ele acumula atualmente apenas 4% do total, segundo o Portal Hidrológico do Ceará. Açudes com menos de 5% são enquadrados como “volume morto”.

Para prevenir esse colapso até outubro, de forma paliativa, a SRH está reforçando a perfuração de poços profundos para garantir o abastecimento desses municípios, que é feito pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece).

Porém, a longo prazo, o secretário afirma que há um projeto em estudo para trazer água do Ramal do Apodi - uma estrutura integrante do Projeto de Transposição do Rio São Francisco (Pisf) -, por meio de uma adutora de 25 km.

“Estamos estudando ela, que tem uma média de valor de quase R$40 milhões. Já conversamos com o Ministério da Integração (e do Desenvolvimento Regional), estamos em planejamento para construirmos essa adutora e resolver o problema das três cidades, imediatamente”, explica.

Contudo, não foram dados prazos para execução dessa adutora.

Racionamento e rodízio

Já no caso de Milhã, no Sertão Central, Fernando Santana estima possibilidade de colapso antes, entre agosto e setembro. A saída para a cidade é a ativação do sistema Banabuiú-Sertão Central do projeto Malha D’Água - um sistema de adutoras -, para atender a região.

O sistema será inaugurado nesta quarta-feira (18), chegando inicialmente para as cidades de Banabuiú, Jaguaretama e Solonópole. Em seguida, as adutoras subterrâneas bombearão a água até a população afetada.

“O Malha D’Água vai resolver o problema de Milhã, por isso a nossa pressa em inaugurar. Queremos chegar lá até 5 de julho”, estima Santana.

Enquanto isso, a população milhaense, de cerca de 14 mil pessoas, se reveza para buscar água em caixas d'água de 5 mil litros instaladas pela Prefeitura Municipal. No dia a dia, se formam filas ao redor das torneiras para encher baldes e vasilhames.

Além disso, na prática, a cidade foi dividida em três para revezar o abastecimento. Alguns locais passam até 6 dias sem água.

Com informações do Diário do Nordeste.