quarta-feira, 21 de maio de 2025

Artistas cearenses são selecionados para expor obras em bienal internacional em Paris

Foto Divulgação
Dois artistas cearenses foram selecionados para expor obras na Bienal Internacional Révélation, que acontece em Paris. O evento começou nesta quarta-feira (21) e conta com o trabalho de Rodrigo Tremembé, designer indígena de Itapipoca, e Armênia Rocha, artesã de Fortaleza. 

A Bienal Internacional Révélation é um dos principais eventos de arte, design e artesanato contemporâneo. O Brasil participa do evento pela primeira vez em 2025. Os artistas cearenses apresentam seus trabalhos ao lado de representantes de outros 17 países no espaço “La Banquet” do salão, reservado a peças de artesanato. Mais de 300 expositores de todo o mundo participam da bienal neste ano.

“A bienal tem uma participação de mais de 50 países, então é uma representação muito importante. E a gente está com esses materiais dos artistas do Ceará, representando muito bem o nosso país”, comentou Daniel Daora, curador brasileiro na Bienal Révélation.

A estilista cearense Armênia Rocha apresenta as criações de luminárias com desenhos e características regionais e artesanais. Cada produto é confeccionado com uma particularidade e se liga às histórias de infância, aos ancestrais indígenas, à cultura popular e folclórica. As estruturas, que podem ser de madeira, arame galvanizado e de ferro, são produzidas uma a uma.

“Trabalho com artesanato há muito tempo. Trabalho com luminárias artesanais, todas feitas manualmente. É um privilégio estarmos na Bienal em Paris, representando o nosso estado, a nossa cultura e o nosso folclore”, declarou a artesã.

Inspiração

Rodrigo Tremembé é do povo Tremembé de Itarema. Ele levou duas criações para apresentar na mostra. A primeira é uma vestimenta composta por retalhos de suas coleções de moda indígena, com aplicação de bordados, miçangas, tucum e grafismos pintados à mão que carregam a simbologia Tremembé.

“As minhas mãos produzem uma arte que é coletiva. Então, é um passo importante, não só para mim, não uma vitória individual, mas uma vitória para o nosso povo, ecoa a nossa voz, fala sobre demarcarmos espaço, além do nosso território, da nossa aldeia. Também inspira novas gerações, novas pessoas, não só do povo Tremembé, mas também de outros povos, a saberem que conseguem acessar o espaço que quiserem”, destacou o designer.

A segunda obra, intitulada “Pompê Tremembé”, é uma esteira com representações de mãos segurando objetos sagrados como o aguaim (instrumento do Torém), cajus e cuias, além de trazer referências visuais à pintura “Criação de Adão”, de Michelangelo, reinterpretadas com pintura de urucum e jenipapo. Duas cobras corais em crochê, adornadas com penas e macramê, compõem as bordas da obra.

Com informações do G1 Ceará