![]() |
Foto Divulgação |
Dois artistas cearenses foram selecionados para expor obras na Bienal Internacional Révélation, que acontece em Paris. O evento começou nesta quarta-feira (21) e conta com o trabalho de Rodrigo Tremembé, designer indígena de Itapipoca, e Armênia Rocha, artesã de Fortaleza.
A Bienal Internacional Révélation é um dos principais eventos de arte, design e artesanato contemporâneo. O Brasil participa do evento pela primeira vez em 2025. Os artistas cearenses apresentam seus trabalhos ao lado de representantes de outros 17 países no espaço “La Banquet” do salão, reservado a peças de artesanato. Mais de 300 expositores de todo o mundo participam da bienal neste ano.
“A bienal tem uma participação de mais de 50 países, então é uma representação muito importante. E a gente está com esses materiais dos artistas do Ceará, representando muito bem o nosso país”, comentou Daniel Daora, curador brasileiro na Bienal Révélation.
A estilista cearense Armênia Rocha apresenta as criações de luminárias com desenhos e características regionais e artesanais. Cada produto é confeccionado com uma particularidade e se liga às histórias de infância, aos ancestrais indígenas, à cultura popular e folclórica. As estruturas, que podem ser de madeira, arame galvanizado e de ferro, são produzidas uma a uma.
“Trabalho com artesanato há muito tempo. Trabalho com luminárias artesanais, todas feitas manualmente. É um privilégio estarmos na Bienal em Paris, representando o nosso estado, a nossa cultura e o nosso folclore”, declarou a artesã.
Inspiração
Rodrigo Tremembé é do povo Tremembé de Itarema. Ele levou duas criações para apresentar na mostra. A primeira é uma vestimenta composta por retalhos de suas coleções de moda indígena, com aplicação de bordados, miçangas, tucum e grafismos pintados à mão que carregam a simbologia Tremembé.
“As minhas mãos produzem uma arte que é coletiva. Então, é um passo importante, não só para mim, não uma vitória individual, mas uma vitória para o nosso povo, ecoa a nossa voz, fala sobre demarcarmos espaço, além do nosso território, da nossa aldeia. Também inspira novas gerações, novas pessoas, não só do povo Tremembé, mas também de outros povos, a saberem que conseguem acessar o espaço que quiserem”, destacou o designer.
A segunda obra, intitulada “Pompê Tremembé”, é uma esteira com representações de mãos segurando objetos sagrados como o aguaim (instrumento do Torém), cajus e cuias, além de trazer referências visuais à pintura “Criação de Adão”, de Michelangelo, reinterpretadas com pintura de urucum e jenipapo. Duas cobras corais em crochê, adornadas com penas e macramê, compõem as bordas da obra.
Com informações do G1 Ceará