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Foto Thiago Gadelha |
O primeiro andar da casa da cearense Carolina Weyne, 68, é amplo e bem iluminado. Com todos os cômodos principais da residência localizados no térreo, ali estão apenas os móveis que a aposentada considera essenciais para o espaço: 13 berços, uma caminha e duas estantes de plástico, todos ocupados por diferentes tipos e tamanhos de bebês reborn.
Ao todo, cerca de 80 bonecos, entre originais e réplicas, preenchem o local, dividido entre uma sala grande e dois quartos. Além dos espaços destinados para os brinquedos, uma estante de gesso repleta de roupinhas de bebê complementa o cenário, que pode parecer estranho para quem o observa pela primeira vez, mas que, nos últimos anos, tem sido sinônimo de tranquilidade, afeto e diversão para Carolina.
“Através deles, eu busco a minha interioridade – principalmente por estar na terceira idade, que é um período que, para mim, significa muita reflexão”, explica a colecionadora, que se formou historiadora, fez mestrado em filosofia e hoje vê os bebês reborn sob um prisma existencialista, uma escolha calculada e consciente por habitar um “mundo diferente” durante parte do dia.
Se engana, porém, quem acha que, pelo cuidado e atenção dispensados aos brinquedos, Carolina os vê como bebês de verdade. Para ela, os bonecos são apenas uma paixão antiga e uma ferramenta terapêutica, e têm sido importantes especialmente nos últimos anos, após a chegada da aposentadoria.
“É claro que a gente sabe que não são bebês de verdade, eles nem sequer fazer referência a seres humanos. Eles fazem referência, sim, a momentos íntimos da gente, que a gente viveu e que deixou guardado, e que agora é a hora de rememorar”, destaca. “Para cada colecionador, eles têm um significado especial, por isso que são terapêuticos, por isso que eles fazem tão bem a gente”, completa.
Com informações do Diário do Nordeste.