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Foto IOC/Fiocruz |
A expansão da febre oropouche no Ceará, agora detectada em Fortaleza e outras cidades fora do Maciço de Baturité, preocupa pela possibilidade da presença do mosquito transmissor da doença em novas localidades.
Por isso, a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) avalia o uso de uma inteligência artificial para mapear áreas onde o inseto pode se proliferar.
A informação foi dada por Antonio Silva Lima Neto (Tanta), secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, durante o 8º Seminário Estadual de Vigilância em Saúde, na Escola de Saúde Pública do Estado (ESP), em Fortaleza, e detalhada em entrevista ao Diário do Nordeste.
Os casos de oropouche estão relacionados ao vetor primário, o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Ele foi localizado sobretudo nas cidades de Baturité, Aratuba e Capistrano, mas a doença foi “exportada” para a capital, Maracanaú e Quixadá através de pacientes que visitaram a região.
Até o momento, o Ceará confirmou 310 casos da enfermidade (3 deles em gestantes), sendo a maioria com local provável de infecção na zona rural. Algumas características desses ambientes, segundo a Sesa, são:Vales ou áreas baixas de encostas com água corrente utilizadas para a agricultura;
Presença de culturas que geram sombreamento e deposição de matéria orgânica, como banana e chuchu;
Residências construídas perto das áreas de cultivo;
Locais protegidos de ventos fortes e com maior umidade do ar;
Presença do maruim.
Munida dessas informações, a inteligência artificial pode ser capaz de indicar áreas do território cearense com as mesmas vulnerabilidades. O projeto está em fase inicial, mas deve cobrir uma lacuna importante no monitoramento da doença.
“Quando você olha o mapa tradicional, só vê como vegetação úmida. Sendo que, entremeado naquela vegetação, tem as plantações. A gente está tentando treinar a máquina para ela ser capaz de reconhecer os aglomerados das bananas e construir um novo mapa, que seria um mapa adaptado ao dia de hoje”, explica Tanta.
Dessa forma, seria possível monitorar, com mais rigor e mais regularidade, as áreas onde supostamente pode haver maior densidade do vetor, indicativo de áreas com maior risco de transmissão. “É uma tentativa de remapear”, resume o epidemiologista.
Com informações do Diário do Nordeste