domingo, 13 de abril de 2025

Fotógrafo troca a França pelo Ceará e registra anônimos e paisagens locais

Foto Arquivo Pessoal
Bastou Denis Rouvre chegar ao Brasil, há 25 anos, para ver até o próprio nome mudar de feição. Já foi “o gringo”, “o francês”, “o fotógrafo”. Hoje, orgulha-se de ser chamado de “cearense”. “Isso é muito bom porque, quanto mais você acreditar, mais consegue chegar onde quer. E eu vou conseguir. Nasci francês, mas minha vontade é morrer cearense”.

Esse amor todo pela terra de Alencar tem motivo: estar aqui é o sonho que o fotógrafo não dizia nem a si mesmo quando, em 1967, nasceu em Epinay Sur Seine – espécie de distrito nos subúrbios do norte de Paris – e, ano após ano, começou a desbravar o mundo por meio do trabalho com imagens. Parte dessa trajetória está disponível na Caixa Cultural Fortaleza.

Denis ficou consagrado por atuar como retratista para renomados veículos de comunicação, a exemplo dos jornais Le Monde e New York Times e da revista Marie Claire. Inúmeras celebridades e artistas de destaque no cenário mundial já foram clicados pelo francês.

Trabalhos expostos em mais de 10 países, seis prêmios de fotografia conquistados e nove publicações literárias individuais são alguns dos legados de 30 anos de carreira.

Aqui no Ceará, o público pode conferir a faceta autoral do fotógrafo com a exposição “O Amanhã não Existe”, que reúne mais de 50 obras de Denis, com personagens reais e imaginários.

Nelas, entra em cena a força do espírito humano e questões sobre um mundo mais sustentável. A exposição fica em cartaz até o dia 20 de abril e traz registros produzidos em locais como Jericoacoara, Pirambu, a Sucata Chico Alves e o Edifício São Pedro.

Na mesma mostra, também é possível conferir a relação dele com o Brasil de forma mais aprofundada a partir de 150 outros trabalhos, ricos nas mais diferentes cores, gingas e perspectivas do país. Além de encher os olhos, o passeio pela jornada artística de Denis reforça o quanto o francês está cada vez mais contente em ter escolhido o Ceará como casa.

“Há 25 anos cheguei no Brasil e encontrei esse lugar ideal para viver. Surgiu em mim uma alegria, uma felicidade de viver o dia a dia… Já encontrei muitas coisas aqui que já foram um sonho na minha vida, sobretudo essa ligação com a natureza. Parece uma coisa muito simples, mas é o contrário, é algo muito rico”, relata.

Com informações do Diário do Nordeste.