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Foto Tânia Rêgo/Agência Brasil |
Vivendo debaixo de barracos improvisados na rua ou ao relento de espaços como praças e viadutos. Em Fortaleza, essa era a realidade de 9.657 famílias em fevereiro recente. Índice, que considera apenas os grupos registrados no Cadastro Único (CadÚnico), é o maior registrado entre as cidades do Nordeste.
Número foi extraído da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação (Sagi), unidade técnico-administrativa do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
Conforme dados, no ranking da região nordestina o município cearense tem o maior quantitativo, seguido por: Salvador (BA), com 9.215, Recife (PE), com 3.626, São Luis (MA), com 1.967, e Maceió (AL), com 1.761.
Já no recorte das cidades brasileiras, Fortaleza aparece em quarta colocação, ficando atrás de São Paulo (90.425), Rio de Janeiro (21.630) e Belo Horizonte (14.3843) — todas sudestinas.
Índices podem ser ainda maiores, uma vez que correspondem apenas aquelas famílias que estão cadastradas no CadÚnico, instrumento do Governo Federal que permite que pessoas em situação de rua sejam amparadas e inseridas em programas sociais, usufruindo de políticas como o Bolsa Família.
Ferramenta passa atualmente por um amplo processo de correção e qualificação dos registros dos grupos familiares inscritos. De acordo com informações divulgadas pelo MDS, em dezembro de 2022 menos de 60% da base de dados do órgão estava tratada, indicador que no momento já se aproxima de 90%.
Procurada pelo O Povo, a Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS) informou que identifica o contingente de pessoas em situação de rua pela base de dados do Cadastro Único, pontuando que em março de 2025, registrou 10.071 pessoas nestas condições em Fortaleza.
Situação de rua em Fortaleza: maioria são homens pardos ou pretos
Dessas, 8.213 se autodeclaram pardas ou pretas. A maioria são homens (8.574) e se encontram em extrema vulnerabilidade socioeconômica. Muitas dessas pessoas não têm acesso a serviços básicos, como educação e saúde, e 2.591 das famílias sobrevivem com recurso provenientes da coleta de recicláveis.
As Regionais 12, 2 e 4 estão entre as que mais registram indivíduos em situação de rua, conforme Prefeitura. Em relação aos motivos que levaram grupos a rua, Prefeitura aponta que entre as principais causas estão conflitos familiares, uso de substâncias ou ainda perda de moradia ou de emprego.
Ainda de acordo com a SDHDS, atualmente Fortaleza mantém uma rede de 14 equipamentos municipais de Assistência Social para população em situação de rua.
Entre eles estão duas casas de acolhimento, com 50 vagas cada, duas Pousadas Sociais para hospedagem noturna, com 240 vagas ao todo, dois Centros de Referência Especializados para População em Situação de Rua (Centro POP), três Espaços de Higiene Cidadã, um Centro de Convivência, uma Casa de Passagem com 50 vagas, dois Refeitórios Sociais e distribuição de refeições por busca ativa, além de 300 vagas de aluguel social.
"A SDHDS reforça que o atendimento nos equipamentos é realizado por demanda e que o número de vagas é rotativo. Nos dois Centros de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centros Pop Benfica e Centro), é feito o atendimento socioassistencial, jurídico e psicológico.
Os equipamentos auxiliam na emissão de documentos e no cadastramento em programas sociais, como Bolsa Família, Aluguel Social, entre outros serviços", destaca pasta.
Com informações só O Povo.