![]() |
Foto Camila Lima |
Dois casos inéditos de mucormicose fatal foram registrados no interior do Ceará, marcando a primeira ocorrência da doença no Brasil. A infecção, causada por um fungo da ordem Mucorales, pode atingir humanos por meio da inalação, inoculação ou ingestão de esporos presentes no ambiente.
Segundo o Ministério da Saúde, essa condição é popularmente chamada de “fungo negro”. As vítimas foram um homem e uma mulher do Vale do Jaguaribe, cujas mortes ocorreram em 2023, mas a confirmação do agente causador só veio no início deste ano, após análises conduzidas pelo Laboratório de Micologia da USP.
O fungo identificado, Saksenaea erythrospora, é considerado raro na literatura científica e já foi observado em países como Argentina, Colômbia e Austrália. Durante o 8º Seminário Estadual de Vigilância em Saúde, realizado pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), especialistas divulgaram detalhes sobre os casos.
O primeiro paciente, um agricultor de 51 anos, apresentou sintomas iniciais de febre e dores, mas a infecção evoluiu rapidamente, levando ao comprometimento dos rins e, posteriormente, ao óbito.
No mesmo dia, uma técnica de enfermagem de 48 anos, residente da mesma cidade, deu entrada no hospital com lesões necrosantes e, após um agravamento do quadro, também faleceu semanas depois.
Ambos os pacientes manifestaram sintomas graves, incluindo lesões escurecidas no corpo e falência de órgãos. A causa básica de morte foi identificada como fasciíte necrosante, uma infecção rara e agressiva que destrói os tecidos subcutâneos.
O achado, considerado inédito no Brasil, ainda deve ser publicado oficialmente por autoridades sanitárias. O caso alerta para a necessidade de maior vigilância e estudos sobre a presença e impacto dessa doença emergente no país.
Com informações da Mais FM.